O dia 1 de Novembro. Dia de todos os Santos.
Ontem à noite estive a ver mãe e tia a prepararem 10 arranjos de flores para as campas dos familiares e amigos.
Desde pequena que assim é. Todos os anos, na véspera "de todos os santos" a avó limpa cuidadosamente a campa dos avós. Antigamente preparavam-se os arranjos no cemitério, com flores caseiras. Agora preparam-se na véspera com uma mistura de flores campestres com flores de estufa. No dia 1, logo pela manhã e antes da missa, vamos ao cemitério depositar as flores, as velas (que também sofreram fortes transformações ao longo do tempo) e rezar pelos familiares que ali se encontram.
Hoje, enquanto assistia a todo este ritual, perguntava-me (como me perguntei das últimas vezes) o sentido que tudo isto tem para mim. Não me faz confusão, mas não deixa de me inquietar. Tenho a sorte de ainda não ter perdido ninguém próximo. Não posso, nem tenho o direito, de tentar compreender o que se sente e o impacto que a morte de alguém pode ter em nós. Mas todas aquelas velas e flores... sim, dão um efeito de conjunto bonito, principalmente à noite, mas pergunto-me se não é exagero.. uma vela não chega? Um ramo simples, uma oração, a lembrança... a memória... ?
Pergunto-me se quando for muito crescida, se viver muito longe daqui, continuarei a vir e a dar uma certa continuidade a este dia e a tudo o que representa para a minha família. Se não por mim, pelo menos pelo que sei que significa aos meus...
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