sexta-feira, dezembro 31, 2010

intemporal...



Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem achei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem,
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: <>
Deus sabe, porque o escreveu.

Fernando Pessoa

quarta-feira, dezembro 22, 2010

propósitos...

para 2011...

terça-feira, dezembro 14, 2010

hrrrr...

Acho que vou aderir...

à burka!!!

segunda-feira, dezembro 13, 2010

dicas curtas...

Em "blogs amigos"...

domingo, dezembro 12, 2010

'vocação'...


vocação (latim vocatio, -onis)
1. Inclinação que se sente para alguma coisa. = propensão, tendência
2. Disposição natural do espírito. = índole
3.
Inclinação para a vida religiosa.

Não é fácil explicar o que é vocação (e não é particularmente compreensível quando se trata do último significado). Mas há coisas para as quais se sente uma vocação inata (ou ainda que com o tempo adquirida?).

Acho que, de um modo geral, as crianças não são a minha vocação.

sábado, dezembro 11, 2010

"assunto recorrente"...


Foi há cerca de 6 anos (mais coisa, menos coisa). Eu devo ter dito: "Eu sou assim e não vou mudar". O J. "debateu-se" comigo e ganhou a batalha, claramente. Ou melhor, fiquei eu a ganhar, com a sensatez, sabedoria e persistência de um amigo que insistiu comigo na desconstrução desta ideia (que hoje assumo como medíocre).
Vencida a batalha, desde então a guerra é minha ou por minha conta. Ainda tenho o "gritador"* visual, mas tento não precisar dele para me lembrar que "sou assim e posso mudar para melhor".

Curiosamente com outro J. tenho discutido isto, se bem que sem divergência de opinião.
O J. defende que, mesmo quando chegarmos a velhos, temos que manter a capacidade de sonhar, ainda que seja o simples sonho de terminar um livro.
Esta ambição, o objectivo de nos superarmos, de sermos cada vez mais, é a "força motriz" da mudança.

E para isto os '"gritadores" são fundamentais. Saber aceitar críticas construtivas, saber ser humilde e ser "pobre". Das muitas ferramentas que temos à nossa disposição para nos conhecermos, os outros são talvez a mais fiável. Como nos vêem, como nós agimos neles, diz-nos quem somos e em que podemos crescer (ainda que seja doloroso pedir aos outros que nos falem de nós, principalmente quando nos mostram o que não queremos/gostamos de saber).

* gritador - objecto usado nos livros do Harry Potter com a funcionalidade de lembrar algo importante a quem se esquecesse

"há dias...."