sexta-feira, dezembro 31, 2010

intemporal...



Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem achei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem,
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: <>
Deus sabe, porque o escreveu.

Fernando Pessoa

quarta-feira, dezembro 22, 2010

propósitos...

para 2011...

terça-feira, dezembro 14, 2010

hrrrr...

Acho que vou aderir...

à burka!!!

segunda-feira, dezembro 13, 2010

dicas curtas...

Em "blogs amigos"...

domingo, dezembro 12, 2010

'vocação'...


vocação (latim vocatio, -onis)
1. Inclinação que se sente para alguma coisa. = propensão, tendência
2. Disposição natural do espírito. = índole
3.
Inclinação para a vida religiosa.

Não é fácil explicar o que é vocação (e não é particularmente compreensível quando se trata do último significado). Mas há coisas para as quais se sente uma vocação inata (ou ainda que com o tempo adquirida?).

Acho que, de um modo geral, as crianças não são a minha vocação.

sábado, dezembro 11, 2010

"assunto recorrente"...


Foi há cerca de 6 anos (mais coisa, menos coisa). Eu devo ter dito: "Eu sou assim e não vou mudar". O J. "debateu-se" comigo e ganhou a batalha, claramente. Ou melhor, fiquei eu a ganhar, com a sensatez, sabedoria e persistência de um amigo que insistiu comigo na desconstrução desta ideia (que hoje assumo como medíocre).
Vencida a batalha, desde então a guerra é minha ou por minha conta. Ainda tenho o "gritador"* visual, mas tento não precisar dele para me lembrar que "sou assim e posso mudar para melhor".

Curiosamente com outro J. tenho discutido isto, se bem que sem divergência de opinião.
O J. defende que, mesmo quando chegarmos a velhos, temos que manter a capacidade de sonhar, ainda que seja o simples sonho de terminar um livro.
Esta ambição, o objectivo de nos superarmos, de sermos cada vez mais, é a "força motriz" da mudança.

E para isto os '"gritadores" são fundamentais. Saber aceitar críticas construtivas, saber ser humilde e ser "pobre". Das muitas ferramentas que temos à nossa disposição para nos conhecermos, os outros são talvez a mais fiável. Como nos vêem, como nós agimos neles, diz-nos quem somos e em que podemos crescer (ainda que seja doloroso pedir aos outros que nos falem de nós, principalmente quando nos mostram o que não queremos/gostamos de saber).

* gritador - objecto usado nos livros do Harry Potter com a funcionalidade de lembrar algo importante a quem se esquecesse

"há dias...."


sábado, novembro 27, 2010

e agora?...



um arrepio (saudável) na espinha :)

terça-feira, novembro 23, 2010

ai...

quarta-feira, novembro 17, 2010

precoce...



Já me apetece o Natal, com tudo o que tem direito ;)

terça-feira, novembro 16, 2010

olhar ao espelho...


Não gosto de Pediatria. E não sou daquelas pessoas que adora crianças. Sou mais da opinião de que nascem quase todos iguais, aquele "ar de rato" (perdoem-me se firo susceptibilidades). Mas acho que, de certo modo, são criaturas (ups...) fascinantes, porque misteriosas, imprevisíveis, autênticas (até certa idade, ainda dentro da considerada pediátrica).
Não consigo dizer que "as crianças são o melhor do mundo" ou "são maravilhosas", mas gosto que venham a ser pessoas maravilhosas, gosto que nos ensinem todos os dias (podem dar autênticas lições de vida), que nos construam, nos eduquem e nos inquietem (em todos esses sentidos) e que façam parte das nossas vidas, assim como nós adultos, seres heterogéneos, nos enriquecemos pela diferença. As crianças preenchem, completam (às vezes encantam, tudo bem) a nossa vida.


Estou numa enfermaria que tem, acima de tudo, crianças com patologias crónicas graves, com compromisso neurológico. Nem sei como descrever a situação de cada uma delas, sem que os leitores mais sensíveis fiquem "agoniados". São histórias de vida miseráveis e incompreensíveis. Põem qualquer ateu em sentido (de convicção) e alguns cristãos/crentes em "crise"/dúvida.
Eu raramente me interrogo, talvez porque é mais fácil, mais cómodo, mais simples. Mecanismo de fuga?! Mediocridade? A mim impressionam-me tanto como adultos em estado vegetativo (que é o estado em elas estão), mas inquietam-me talvez mais, porque as circunstâncias em que nascem ou em que acabam condicionam em maior escala (parece-me) as vida de tanta gente que tem (ou tinha) tantos sonhos pela frente, expectativas, projectos e, acima de tudo, outras pessoas a quem, igualmente, deveriam dedicar-se.


Quando acordo não me apetece ir tratar destas crianças, porque não gosto deste trabalho e "é uma seca". Talvez não tenhamos todos que ter vocação. Talvez tenhamos que, acima de tudo, ter respeito, consideração, ser conscientes e sóbrios. Mas achei que, no mínimo, devia olhar para elas com medo, com piedade de mim, porque sou, decerto, mais "pequena" ou miserável que qualquer uma delas ou qualquer mãe/pai que ali passam os dias (os meses, os anos...).
Porque me venho sempre embora de sorriso nos lábios, porque esqueço antes de sair da porta aquele cenário, porque talvez nunca seja capaz de compreender, Porque não sou, de todo, solidária ou generosa, o meu voluntariado é "barato" e fácil. Porque tantas vezes me esqueço de agradecer, de olhar com o coração, de fazer mais pelos outros.


Bem sei que não é suposto perguntarmo-nos "porquê". Mas aqui os "para quê's" não têm, igualmente, resposta. E eu (e nós?) tenho a memória muito curta e a alma muito pobre.

domingo, novembro 14, 2010

retorno...

Voltei...


É escusado tentar furar!

segunda-feira, novembro 08, 2010

borboletas na barriga...


Eu sei o que quero. Fiz uma escolha.
A pergunta que mais ouço é "tens a certeza?", logo a seguir "estás consciente?".
Sim. Páro para pensar, "sim"? Sim!
Para com os meus botões penso muitas coisas e sinto outras tantas.
'A vida é curiosa'. (Básica). As escolhas que vamos fazendo dependem em grande medida de outrem ou de outros, das circunstâncias da vida e das experiências vividas. Reflectir, discernir sobre o passado, presente e futuros (médio e longo prazo) pode ser uma experiência com tanto de reveladora como inquietante e enganosa.

Quando penso em retrospectiva admiro-me com o que fui capaz de fazer, descobrir, arriscar, no que isso tem (teve) de bom e de mau. E dou-me conta (confirmo) que o ser humano é sempre mais capaz e apto do que se julga.
Somos criaturas fascinantes, numa dimensão perigosa.
Imaginamos o futuro com base na nossa bola de cristal, os nossos olhos, que antevêem nos outros o que podemos vir a ser. E (pensamos nós) fugimos do que não gostamos, do que nos 'apoquenta', daquilo em que nos revemos sem dar por isso.

Dou por mim no País das maravilhas, qual 'Alice' que há-de acordar sem coelhos e cogumelos gigantes. Ou qual 'Dorothy', que esfregando um sapato prateado contra outro, na companhia do amigo espantalho, faz desaparecer, com um click de teletransporte, os problemas do momento, que, por sua vez, só se resolvem quando enfrentados.

E desperto do mundo das histórias para 'crianças', e faço uma escolha sabendo que sou uma adulta com todo o tempo que me for permitido para crescer...e, espero, não me arrepender!

quinta-feira, outubro 21, 2010

insight...


Digo-o várias vezes. Repito. Quero manter sempre a capacidade de Insight (porque não há uma palavra portuguesa tão perfeita).

terça-feira, outubro 19, 2010

"escritos em NY II"...


MANHOOD


"A MANS USEFULNESS DEPENDS
UPON HIS LIVING UP TO HIS IDEALS
INSOFAR AS HE CAN

IT IS HARD TO FAIL BUT IT
IS WORSE NEVER TO HAVE TRIED
TO SUCCEED

ALL DARING AND COURAGE
ALL IRON ENDURANCE OF MISFORTUNE
MAKE FOR A FINER NOBLER TYPE
OF MANHOOD

ONLY THOSE ARE FIT TO LIVE
WHO DO NOT FEAR TO DIE AND NONE
ARE FIT TO DIE WHO HAVE SHRUNK
FROM THE JOY OF LIFE AND THE
DUTY OF LIFE"

THEODORE ROOSEVELT

segunda-feira, outubro 18, 2010

"escritos em NY"...


"I believe in the supreme worth of the individual and in his right to life, liberty, and the pursuit of happiness.

I believe that every right implies a responsibility; every opportunity, an obligation; every possession, a duty.

I believe that the law was made for man and not man for the law; that government is the servant of the people and not their master.

I believe in the dignity of labor, whether with head or hand; that the world owes no man a living but that it owes every man an opportunity to make a living.

I believe that thrift is essential to well ordered living and that economy is a prime requisite of a sound financial structure, whether in government, business or personal affairs.

I believe that truth and justice are fundamental to an enduring social order.

I believe in the sacredness of a promise, that a man's word should be as good as his bond; that character — not wealth or power or position — is of supreme worth."

John D. Rockefeller Jr.

segunda-feira, setembro 20, 2010

desenferrujar...




Tirar o pó da guitarra e tentar calejar os dedos:)
...talvez porque vá levantar voo em breve!

(PS: Qualquer semelhança... é pura ficção!)

terça-feira, setembro 14, 2010

'summer hits' 2010


Teatro. Concertos, vários, bons, excelentes. Muito jazz e música em geral! Festas (baptizado, casamento, aniversários), sempre boas oportunidades de estar, rever... Um cheiro de bairro, de copos. Jantares, variados, aqui e acolá. Gentes! Viagens, por entre florestas desconhecidas, terras Alemãs, com estreia na companhia. Compras. Noites em Lisboa, cidade sempre em festa, cidade maravilhosa (Perdoe-me o Rio). Nascimentos. Porto Santo. Praia lá, praia cá, muita praia, muito sol, muito mar! (Já andava a precisar). Fazer o nada. Visitas. Fins-de-semana dos bons. De Tróia a Santo André. Alentejo, gente boa, piscina e estômago cheio. Ler, actualizar. Norte. Feiras novas, terras minhotas, Serra da Peneda, o nosso país é magnífico de norte a sul. E o verão é uma delícia!

contas (à vida)...


demasiados cálculos...?

segunda-feira, setembro 13, 2010

perdidos e achados...

Abaixo o muro das lamentações!





Ain't got no home, ain't got no shoes
Ain't got no money, ain't got no class
Ain't got no skirts, ain't got no sweater
Ain't got no perfume, ain't got no beer
Ain't got no man

Ain't got no mother, ain't got no culture
Ain't got no friends, ain't got no schooling
Ain't got no love, ain't got no name
Ain't got no ticket, ain't got no token
Ain't got no God

What about God?
Why am I alive anyway?
Yeah, what about God?
Nobody can take away

I got my hair, I got my head
I got my brains, I got my ears
I got my eyes, I got my nose
I got my mouth, I got my smile
I got my tongue, I got my chin
I got my neck, I got my boobs

I got my heart, I got my soul
I got my back, I got my sex
I got my arms, I got my hands
I got my fingers, Got my legs
I got my feet, I got my toes
I got my liver, Got my blood

I've got life , I've got my freedom
I've got the life

And I'm gonna keep it
I've got the life
And nobody's gonna take it away
I've got the life

sexta-feira, setembro 03, 2010

dicas...




Estou a ler '1984', de George Orwell. É da década de 1950, é denso e de alguma subtileza, mas é ligeiro, é inteligente e chega a ser actual.
Uma descrição da sociedade que podemos encontrar sem grande dificuldade em algumas sociedades do século XXI, e uma analogia ao nosso presente, à constante "vigilância","controlo" ou "observação" a que somos sujeitos nos dias de hoje.
Multibanco, transacções bancárias, via verde, telemóvel, câmaras de vigilância, street view, redes sociais... somos e estamos expostos, queiramos ou não, é praticamente inevitável.. Big Brother is watching us!


quinta-feira, setembro 02, 2010

intemporal...




sábado, agosto 28, 2010

curtas...



"Happiness: love, laugher, friendship, purpose.. and a dance."



terça-feira, agosto 24, 2010

"bicho à solta"...


Não me lembro ao certo como é que a conversa começou...talvez por estar a espreitar as fotos, tinha acabado de ler o mail, talvez porque falo de vocês com frequência e facilidade.

Ela (minha superior hierárquica do momento) perguntou que faziam vocês na Guiné, no mesmo tom de sempre, de desdém, porque não teriam conseguido arranjar empego cá. Eu disse que ambos se tinham demitido para partir. Tal como o teu chefe, incrédula, ela não conseguiu argumentar, tentou, tenta sempre, no seu jeito tonto e derrotista, mas desistiu. Não lhe consegui dizer, tal como tinha dito semanas antes a um enfermeiro, que estavam simplesmente a ser felizes, ela não ia compreender.

Ela não comprendeu. Quase ninguém compreende. Acho que porque não vivenciam, porque é uma reallidade demasidado distante, televisiva. Só pode ser isso!
É-nos incutido que trabalhar é bom, ganhar dinheiro é bom, constituir família é bom, arriscar qb é bom, a segurança é boa. Ninguém nos incute que há outros modos de vida que são igualmente bons, e que podem inclusivé ser melhores para alguns 'comuns mortais'. E só vivendo se pode compreender. É, por isso, quase inútil tentar explicar.


À tarde uma amiga comum dizia-me que "a vida dela era uma espécie de dilema, entre as 'fotos' e um bebé". Há decisões que precisam ser tomadas e para as quais o relógio biológico não espera.
Tenho a sensação que a vida aos 20 anos é veloz, o tempo não espera. E a distância física e temporal arrasta consigo os sonhos da 'era dourada'. Ou talvez haja uma espécie de tendência aleatória, ou não.


Eu invejo...
compreendo...
e mantenho-me audaz...



esquissos...


"I like to cry when I see some scenes, yes I do!
I like to do it when I'm alone, yes I do.
Pretending that I don't feel, but I do.
Just to hide my emotions, just don't know why, maybe I do..."




quarta-feira, agosto 11, 2010

dicas...




O filme é bom.
O actor, tenho para mim há muito tempo, é muito bom, dos melhores da geração dele (vai dar que falar).
A inquietação com que se sai da sala de cinema é boa.
As metáforas com a realidade são construídas por cada um, talvez na sua realidade.
Mas as ideias e os sonhos existem, a telepatia, estou convencida que também. A ficção é a ponta da realidade. Basta parar para pensar ...


Inception...


Gosto deste bafo. Não é um bafo africano, do que se inspira à saída do avião e que penetra os alvéolos sem pedir permissão e que chega a ser estonteante. Acho que é o bafo, que ,desde o primeiro instante, nos cativa...
Tenho saudades de partir, rumo ao sol, às terras vermelhas, que prendem o olhar sem nenhuma razão especial, comunicam com o coração sem que o filtro do racional tenha tempo de actuar. É talvez o calor estonteante, diferente deste, é húmido, por isso escorrega entre os poros. Arrisco-me a dizer que toca a alma.

Não sei ao certo se volto a esta praia, se volto ao paraíso, nem tão pouco estou certa de querer voltar. À terra do bafo sim. Quero. Mas a bola de cristal hibernou nas quatro estações e não sei quando volta a funcionar.


Gostava de saber velejar, não é um bicho, não daqueles tipo larva que se procria (no calor húmido) e se infiltra, e não há como arrancá-la do corpo, a não ser com uma cirurgia de grande porte, arriscada. Não vale o esforço, afinal é uma infecção à qual sobrevivo sem antibióticos, talvez com audácia, sorte, coragem e determinação. Mas velejar é bom, ao sabor do vento, em mar alto, numa ondulação qb, porque o equilíbrio na vida é fundamental.

Gostava de ter certezas do que quero para o que aí vem. Ou melhor, não gostava, talvez convicções. Mas as convicções, por seu lado, podem trazer extractivas acopladas e a gestão de expectativas não é uma coisa fácil. E o que aí vem?

Em tempos de tempestade não se tomam decisões. Algo assim. Em tempo de bonança, extrema calmia, não serão as decisões também arriscadas?

Sinto falta de uma certa adrenalina, chamam-lhe stress... eu digo que é da vida preenchida, cheia de planos, sonhos e tarefas/objectivos. Mas não quero acelerar o tempo, que o 'dolce fare niente' é também uma aprendizagem de vida, até porque lá o 'dolce fare niente' tem alturas em que domina, por força das circunstâncias ou até do "bicho humano".

Devia ler muito, organizar coisas... devia, devia. Mas não me apetece. Talvez mergulhar... talvez apanhar o avião. Será que todos ansiamos o dia em que, movidos por um sentimento estranho, deixamos o carro estacionado e compramos um bilhete de avião só de ida, para sítio incerto?


Hoje não é o dia,
ainda...


PS: Porque implantei a mim mesma uma ideia. Eu?


sexta-feira, julho 16, 2010

a quem de direito...

Não é bem...



também não chegamos a tanto...



Mas promete!!!

Holiday! Because I deserve it!


quarta-feira, julho 07, 2010

aqui vou ser feliz...

Porque é que viver em Lisboa é um espectáculo?? - parte II

porque não há 2 sem 3...
nem 3 sem 4...



Não há vídeos para amostra...
mas foi outro "showzasso" com momentos de puro jazz ;)

Aqui SOU feliz!




domingo, julho 04, 2010

"ao largo"...

Porque é que viver em Lisboa é um espectáculo??



Por coisas simples como ESTA


sexta-feira, julho 02, 2010

sublime...





Ela é absolutamente formidável! Com apenas 30 anos, uma voz linda e versátil, conhecimentos musicais invejáveis, ar inocente, simpática, compõe, toca, canta e encanta!

Foi em grande o concerto...

AQUI uma pequena amostra ...



domingo, junho 27, 2010

lost in translation...


No dia 1 de Maio comecei um novo estágio. Medicina Interna (os alicerces da medicina).
Eu sabia que podia gostar. Sabia que podia aprender muito, depois de pouco ter aprendido no mesmo estágio do ano passado, mas depois também de muito ter estudado desde então.
As expectativas (acho) eram comedidas... sedimentar e organizar alguns conhecimentos teóricos, organizar mentalmente uma série de informação, adquirir outra. Aprender a ser (jovem) médica e sentir-me capaz, produtiva, útil.
Tenho em mente que médico que seja verdadeiro médico gosta de medicina interna. E tenho a convicção que todos temos que saber "um pouco" de medicina interna, que é a base, é essencial ao bom profissional.
Não aspirava, antes do estágio, a ser internista. Não sou apaixonada. É preciso sermos apaixonados por isto para sermos bons (?!) Não tenho vocação/perfil/jeito/capacidades!
Já sabia isto, ainda assim dispus-me (contente) a aprender.
Tive azar? A minha tutora é má, má é a palavra certa. Não aprendo com ela, porque ela não se dispõe a ensinar-me, nem facilita a que aprenda com outros, aliás, dificulta. No meu dia-a-dia na enfermaria vou sentindo em crescendo incapacidade e frustração.
Teria como alternativa (?) o serviço de urgência... mas não há orientação de internos do ano comum, não na minha equipa. Em vários bancos que fiz, apenas em 2 me senti/fui capaz de (sozinha) orientar doentes. Porque não tenho uma medicina tutelada, mas sim observacional e, nesta altura do campeonato, isso já não basta... é preciso puxar mais por mim. (Eu preciso puxar mais por mim?)
E sinto-me a perder o comboio... que continua a passar e não há maneira de eu entrar nele.
Eu trato sempre bem os doentes, sou atenta e humana, mas não sinto brio no que faço, não me preocupo como deveria. Faço o meu papel, mas não sei o que faço para além dos mínimos e sei que deveria fazer os máximos. Tentar, pelo menos. Esforço-me pouco e não me apetece, não gosto. Ser ou não ser (médica), eis a questão...

E não é um drama para mim pensar que o caminho pode não ser este. É drama sim pensar que posso vir a ser má profissional, isso não posso nem quero permitir! E por isso urge (mas não emerge) pensar/discernir o que me motiva e onde posso ser boa e agir por bem.

Prognóstico: Sobrevive-se bem... (em tempos de desolação, já se sabe...)

Plano: Ser mais pró-activa. Acção-reacção.

domingo, junho 13, 2010

festas...



Vivam os Santos Populares...


quarta-feira, maio 26, 2010

caminho...


"O Eneagrama é um sistema de classificação de personalidades para ajudar cada um a entender-se e a ir mais longe do que já foi, como pessoa."

No trilho do caminho do DOIS...


sexta-feira, abril 30, 2010

alfa e omega...


O ser humano é um bicho complexo a quem pedem diariamente e insistentemente para ser simples.
Como se pode exigir a alguém cuja existência não se compreende para simplificar tudo?

Nascemos de um mistério hilariante, da concepção quase perfeita, numa lógica fisiológica que nos transcende. Mas isso os animais também, podem argumentar.
Mas depois usamos as massa cerebral de uma maneira exímia e inimitável! E isso só a nós é permitido.


Ao homem é exigido que tudo compreenda, à luz da ciência e do racional.
Passamos a vida a descodificar códigos, de ordem social, deontológica, moral, matemática...


Tentar perceber comportamentos humanos é um desafio interminável, qual recta sem princípio, meio e fim, o contraposto do efémero.
Por mais que se leia, se estude, se interprete, se converse, se descubra e redescubra, por mais que a neurociência avance e a serotonina seja uma molécula dominada... o ser humano será sempre um bicho, que tem tanto de previsível como de impossível de explicar à luz dele próprio!


E é isto que, no mais íntimo do ser intelectual, nos move e nos desafia no dia-a-dia e nos motiva a ser grandes seres humanos!



a pedido...


I HAVE ONE!
IT'S MINE!

Resta dar-lhe algum uso..

segunda-feira, abril 19, 2010

intuition...





"It´s very hard to think that your intuition is wrong. (...) But, unless we start testing those intuitions we're not going to do better"


sexta-feira, abril 16, 2010

globalização...



Ouvi na rádio. Li no Público. Estou positivamente curiosa.


sábado, abril 03, 2010

Páscoa Feliz!!!

Brigadeiros de Chocolate

Ingredientes:
- 1 lata de leite condensado;
- 4 colheres (sopa) de chocolate em pó;
- 1/2 colher (sopa) de manteiga;
- Chocolate granulado para enfeitar.

Preparação:
Derreta a manteiga em uma panela, despeje leite condensado e o chocolate em pó. Misture sempre em fogo médio a baixo até obter fervura, engrossar e soltar do fundo.

Retire do fogo e deixe amornar.
Unte as mãos com manteiga e vá enrolando a mistura (mais ou menos uma colher de sopa) em bolinhas.
Passe as bolinhas pelo chocolate granulado.
Se desejar, coloque-as em forminhas de papel.




Brigadeiros de Coco

Ingredientes:
- 1 Lata de Leite Condensado
- 2 Colheres de Sopa de Manteiga
- 100g de Coco Ralado
- Coco Ralado qb. para passar as bolinhas

Preparação:
Leva-se o leite condensado com a manteiga a lume brando, vai-se mexendo sempre até que comece a desprender-se do fundo da panela altura em que se adicionam as 100g de coco ralado, mexe-se bem e retira-se do lume passando para um prato previamente untado com manteiga para que não pegue, deixa-se arrefecer, quando frio moldam-se bolinhas pequenas que se passam por coco ralado.


terça-feira, março 30, 2010

chiça...

26 Março de 2010- Grande manifestação dos jovens trabalhadores


Estava sol, eu estava dispensada do meu "trabalho" logo após almoço e ia pelo Chiado às compras.
Não comprei nada, embora tivesse confortavelmente dinheiro na conta porque sei que no dia 21 de cada mês me vai cair novo salário (para já...). Não me queixo.
Mas passei por uma autêntica multidão, que não tinha fim e que me surpreendia a cada finta que dava por entre os manifestantes. E gritavam, gritavam, gritavam: "Queremos trabalhar!" E os cartazes eram mesmo muitos e pediam trabalho. Eram vozes jovens, sensivelmente na média da minha idade.
Eles (tantos!) gritavam por trabalho.
Não consegui comprar nada 'com o barulho ensurdecedor da multidão'...


segunda-feira, março 29, 2010

formigueiro...



Bangladesh Índia Quénia Angola Moçambique Sri Lanka Butão Brasil Irão Dubai Guiné-Bissau ... ... ...

... alguns dos destinos que me "passaram pelas mãos" na Consulta do Viajante.
E eu realizava-me a perguntar às pessoas o que iam fazer, onde iam ficar, porque tinham escolhido aquele(s) lugar(es), a ver as cores do risco de Malária no mapa, a incentivar as vacinas que já ficam para próximas viagens, a descobrir cidades, cruzar fronteiras...

Desde trabalhadores temporários a famílias, passando por senhoras dos seus 60 anos que viajariam de mochila às costas pelo Irão, que por sinal "é um país bem desenvolvido, mas ninguém sabe!"... é fascinante a mobilidade de todo o tipo de pessoas, o mundo que há para descobrir, de tão variadas formas, as motivações tão diferentes... e o que se pode aprender numa consulta aparentemente rotineira e mecanicamente igual!
É tão bom viajar também assim... ir no ficar!


E sentir sempre que há um mundo lá fora que continua à minha espera...


sábado, março 27, 2010

cantaram....


mas não encantaram, não a mim...

PS: Fico-me pelas músicas em áudio!

sexta-feira, março 26, 2010

addicted...

again...

sábado, março 20, 2010

(IV)"A sabedoria que vem da net"


Não fui a única a achar bem interessante o tema.. na capa online do Expresso, talvez o resumo de quem faz isto profissionalmente;)

sexta-feira, março 19, 2010

na janela do meu quarto...



O que faço eu com/a estas criaturas?

Por menos que aprecie o contacto com animais não sou capaz de fazer qualquer maldade a esta puérpera e à(s) sua(s) cria(s)...

ele há coisas...

quinta-feira, março 18, 2010

(III)mentes brilhantes...


Vocês não se irritam com aquelas pessoas que sabem muito, muito, muito... em áreas que vocês não sabem literalmente quase nada, e que já leram mil livros de autores variados, que estão a par das notícias do mundo, dominam razoavelmente a história e a geografia do planeta, por vezes de economia também, que têm discursos inteligentes, são bem falantes e em mais que uma língua?

eu sim...
sinto uma irritação... de inveja saudável, está claro, mas sinto!!!

No fundo só queria ser assim um pouco brilhante também...



(II)www...


1 - 'Daqui a alguns (poucos?) anos os Robots (forma do expoente da Inteligência Colectiva) poderão comunicar com as pessoas, ajudá-las... substitui-las!!'

2 - 'Vivemos nesta era, sob uma 'sombra de informação': "Web Square".

«Quando usamos a Via Verde, quando pagamos com o cartão multibanco/crédito, quando não dispensamos o telemóvel do bolso...»
No futuro os objectos terão uma localização relativa, porque cada objecto, à semelhança do que hoje acontece no mundo ocidental com a maioria dos seres humanos, terá um URL...»'

'Se isto é bom ou mau não é, de todo, a questão certa. Isto existe só por si. Na sua essência, a tecnologia, como as redes sociais ou a globalização, são aquilo que quisermos que elas sejam. E é uma escolha pessoal usar ou não as ferramentas das novas tecnologias, sabendo "o preço a pagar". A inevitabilidade da "sombra" e dos avanços da ciência arrecadam os seus perigos e riscos.
'

Enquanto "visão do futuro" submeto a inteligência para a boa utilização dos instrumentos e ferramentas que o futuro nos proporcionará.


(I)"Visões sobre o Futuro"





O tema era 'Inteligência colectiva'. O discurso foi bastante científico, baseado em novas tecnologias, mas claro o suficiente para leigos na matéria daí retirarem pontos essenciais.

'Como exemplo simples na compreensão do conceito temos algumas redes sociais que tão bem conhecemos, enquanto resultado de uma diversidade de indivíduos, com diferentes julgamentos, que trabalham em prol de um todo, de um objectivo comum, e tiram partido da motivação de grupo. Na sequência destas características, essenciais a bons frutos da Inteligência colectiva, o Google, que, ad initium, retratava na perfeição as vantagens deste conceito, retrata, hoje em dia, os perigos do mesmo, enquanto fonte de informação "viciada", "fraca", movida por 'números', mais do que por qualidade.'

'A
web 2.0 é, igualmente, fruto da colaboração e da cooperação de indivíduos e organizações, que puseram o poder da computação e mente humana ao serviço do progresso e do conhecimento, sendo, por isso, fruto reconhecido desta Inteligência colectiva.'

No campo da humanidade, em que sempre me entendo, apliquei o conceito de Inteligência colectiva aos campos profissional, da solidariedade, do desenvolvimento e da sociedade em geral... Qualquer coisa com base em boas motivações, heterogeneidade e esforços conjuntos e convergentes, só pode dar bons frutos de trabalho colectivo e inteligente. "As melhores decisões colectivas são produto do desacordo e do 'não consenso'". A diferença, quando bem orientada, é motor de evolução, construção, descobertas, de passos em frente!



curtas...






Bloqueios à imaginação
  1. perceptuais
  2. emocionais
  3. culturais
  4. ambientais
  5. intelectuais


terça-feira, março 16, 2010

sensações...


um peixe



dentro de água...

daqui e dali...


De um lado da linha vê-se o sol primaveril. O bafo de primavera, os dias estão maiores, os sorrisos estampados, a boa disposição contagiante... é colorido!

Do outro lado ainda pairam as nuvens, que teimam em não ir embora e prolongam a estadia para além do necessário. Caras enfadonhas, humores oscilantes, a esperança de que o sol chegue sem demora. Cinzento.

No ciclo dos solstício e equinócios, a Primavera começa a 20 de Março e termina a 21 de Junho. Para alguns ela vem mais cedo, para outros tarda em chegar... há quem ache que ela nunca vem, quem sente a passagem brusca do frio do Inverno ao quente do Verão.

Nos meses que se seguem ao Verão sei pacientemente esperar que o globo gire "só mais uma volta"...
Para mim há sempre Primavera, que não é mais bonita que o Outono, só mais esperançosa, porque traz o calor e o aconchego do Verão a seguir...



segunda-feira, março 15, 2010

inquietações...

Não tenho medo de envelhecer. Nem de ganhar rugas ou cabelos brancos. No fundo vejo isso como um futuro bem distante e talvez não real. Confio que as minhas expressões serão sempre minhas, autênticas e genuínas e que o sorriso manter-se-á! Acho que vou ter genica "eterna" e ser autónoma até ao meu fim e, quando não o for, "deposito-me" aos cuidados de alguém, diga-se, de alguém capacitado e profissional.

Pode ser comentado como "contar com o ovo no cu da galinha". Esta vida que tem dias de madrasta adora trocar-nos as voltas.



Esta noite 'sonhei um sonho estranho'. E vi uma realidade que é bem capaz de existir talvez não muito longe, mas que nunca vi de perto. Vi velhos abandonados à sua sorte que padeciam de cuidados e afectos. Uma situação apavorante, quem nem sou capaz de descrever por palavras, pelo impacto que me causou no acordar sobressaltado. Senti de perto o que não imagino que me possa acontecer, mas isso não me fez sentir melhor ou aliviada, pelo contrário.

A temática da velhice é pouco abordada e pouco acompanhada, ainda que muitos esforços tenham sido feitos nos últimos anos. Acredito que a essência do problema passa pela educação (ou falta dela) que recebemos em casa. Os laços cada vez mais ténues não nos fazem sentir como nossos os avós e "seus contemporâneos". A globalização e mobilidade são achas fortes desta fogueira, o egocentrismo e individualismo, acendalhas.

Vivemos cada vez mais afastados da família e sem uma "noção de conjunto", de origens, de gratidão e hierarquias. Temos memória curta ao que fizeram por nós, no que nos é ascendente.

E tudo isto alimenta o isolamento e afastamento de gerações, a fraca interligação e co-aprendizagens, a passagem da mensagem (sabedoria) e testemunho, e vivemos num ciclo vicioso... em que os novos acreditam que serão jovens para sempre e os velhos se lamentam do que não construíram para si em novos, porque tudo quiseram dar aos "seus"...