domingo, dezembro 16, 2007

registos...




Uma série de sábado à tarde, na RTP1. Não sei qual é, desconheço totalmente e nem devo voltar a ver, mas no meio dos acontecimentos que não consegui acompanhar ao longo do episódio, a propósito de uma miúda de 16 anos que tinha acabado de tirar a carta de condução (EUA), e que tinha medo de conduzir e transportar o irmão, por poder pôr em risco a vida dele, um qualquer senhor respondeu algo deste género.. que tentei não me esquecer e registei:



"Ser adulto implica não só arriscar o nosso bem-estar, mas arriscar o bem-estar dos outros... na condução, nas decisões, no trabalho, nas relações, no amor."

risos...




importado:



«Carlos Barreira da Costa , médico Otorrinolaringologista da mui nobre e Invicta cidade do Porto, decidiu compilar no seu livro "A Medicina na Voz do Povo", com o inestimável contributo de muitos colegas de profissão, trinta anos de histórias, crenças e dizeres ouvidos durante o exercício desta peculiar forma de apostolado que é a prática da medicina. E dele não resisti a extrair verdadeiras jóias deste tão pouco conhecido léxico que decidi compartilhar convosco.

O diálogo com um paciente com patologia da boca, olhos, ouvidos, nariz e garganta é sempre um desafio para o clínico:

"A minha expectoração é limpa, assim branquinha, parece com sua licença espermatozóides".

"Quando me assoo dou um traque pelo ouvido, e enquanto não puxar pelo corpo, suar, ou o caralho, o nariz não se destapa".

"Não sei se isto que tenho no ouvido é cera ou caruncho".

"Isto deu-me de ter metido a cabeça no frigorífico. Um mês depois fui ao Hospital e disseram-me que tinha bolhas de ar no ouvido".

"Ouço mal, vejo mal, tenho a mente descaída".

"Fui ao Ftalmologista, meteu-me uns parafusinhos nos olhos a ver se as lágrimas saíam".

"Tenho a língua cheia de Áfricas".

"Gostava que as papilas gustativas se manifestassem a meu favor".

"O dente arrecolhia pus e na altura em que arrecolhia às imidulas infeccionava-as".

"A garganta traqueia-me, dá-me aqueles estalinhos e depois fica melhor".



As perturbações da fala impacientam o doente:

"Na voz sinto aquilo tudo embuzinado".

"Não tenho dores, a voz é que está muito fosforenta".

"Tenho humidade gordurosa nas cordas vocais".

"O meu pai morreu de tísica na laringe".



Os "problemas da cabeça" são muito frequentes:

"Há dias fiz um exame ao capacete no Hospital de S. João".

"Andei num Neurologista que disse que parti o penedo, o rochedo ou lá o que é...".

"Fui a um desses médicos que não consultam a gente, só falam pra nós".

"Vem-me muitos palpites ruins, assim de baixo para cima...".

"A minha cabecinha começa assim a ferver e fico com ela húmida, assim aos tombos, a trabalhar".

"Ou caiu da burra ou foi um ataque cardeal".



Os aparelhos genital e urinário são objecto de queixas sui generis:

"Venho aqui mostrar a parreca".

"A minha pardalona está a mudar de cor".

"Às vezes prega-se-me umas comichões nas barbatanas".

"Tenho esta comichão na perseguida porque o meu marido tem uma infecção na ponta da natureza".

"Fazem aqui o Papa Micau (Papanicolau)?"

"Quantos filhos teve?" - pergunta o médico. "Para a retrete foram quatro, senhor doutor, e à pia baptismal levei três".

"Apareceu-me uma ferida, não sei se de infecção se de uma foda mal dada".

"Tenho de ser operado ao stick. Já fui operado aos estículos".

"Quando estou de pau feito... a puta verga".

"O Médico mandou-me lavar a montadeira logo de manhã".



As dores da coluna e do aparelho muscular e esquelético são difíceis de suportar:

"Metade das minhas doenças é desfalsificação dos ossos e intendência para a tensão alta".

"O pouco cálcio que tenho acumula-se na fractura".

"Já tenho os ossos desclassificados".

"Alem das itroses tenho classificação ossal".

"O meu reumatismo é climático".

"É uma dor insepulcrável".

"Tenho artroses remodeladas e de densidade forte".

"Estou desconfiado que tenho uma hérnia de escala".



O português bebe e fuma muito e desculpa-se com frequência:

"Tomo um vinho que não me assobe à cabeça".

"Eu abuso um pouco da água do Luso".

"Não era ébrio nato mas abusava um pouco do álcool"

"Fujo dos antibióticos por causa do estômago. Prefiro remédios caseiros, a aguardente queimada faz-me muito bem".

"Eu sou um fumador invertebrado".



O aparelho digestivo origina sempre muitas queixas:

"Fui operado ao panquecas".

"Tive três úlceras: uma macho, uma fêmea e uma de gastrina".

"Ando com o fígado elevado. Já o tive a 40, mas agora está mais baixo".

"Eu era muito encharcado a essa coisa da azia".

"Senhor Doutor a minha mulher tem umas almorródias que com a sua licença nem dá um peido".

"Tenho pedra na basílica".

"O meu marido está internado porque sangra pela via da frente e pinga pela via de trás".

"Fizeram-me um exame que era uma televisão a trabalhar e eu a comer papa".

"Fiz uma mamografia ao intestino".

"O meu filho foi operado ao pence (apêndice) mas não lhe puseram os trenos (drenos), encheu o pipo e teve que pôr o soma (sonda)".



Os medicamentos e os seus efeitos prestam-se às maiores confusões:


"Ando a tomar o Esperma Canulado"- Espasmo Canulase

"Tenho cataratas na vista e ando a tomar o Simião" - Sermion

"Andei a tomar umas injecções de Esferovite" - Parenterovit

"Era um antibiótico perlim pim pim mas não me fez nada" - Piprilim

"Agora estou melhor, tomo o Bate Certo" - Betaserc

"Tomo o Sigerom e o Chico Bem" - Stugeron e Gincoben

"Ando a tomar o Castro Leão" - Castilium

"Tomei Sexovir" - Isovir

"Tomo uma cábulas à noite".

"Tomei uns comprimidos "jaunes", assim amarelados".

"Tomo uns comprimidos a modos de umas aboborinhas".

"Receitou-me uns comprimidos que me põem um pouco tonha".

"Estava a ficar com os abéticos no sangue".

"Diz lá no papel que o medicamento podia dar muitas complicações e alienações".

"Quando acordo mais descaída tomo comprimidos de alta potência e fico logo melhor".

"Ó Sra. Enfermeira, ele tem o cu como um véu. O líquido entra e nem actua".

"Na minha opinião sinto-me com melhores sintomas".



O que os doentes pensam do médico:


"Também desculpe, aquela médica não tinha modinhos nenhuns".

"Especialista, médico, mas entendido!".

"Não sou muito afluente de vir aos médicos".

"Quando eu estou mal, os senhores são Deus, mas se me vejo de saúde acho-vos uns estapores".

"Gosto do Senhor Doutor! Diz logo o que tem a dizer, não anda a engasular ninguém".

"Não há melhor doente que eu! Faço tudo o que me mandam, com aquela coisa de não morrer".


Em relação ao doente o humor deve sempre prevalecer sobre a sisudez e o distanciamento. Senão atentem neste "clássico":

"Ó Senhor Doutor, e eu posso tomar estes comprimidos com a menstruação?
Ao que o médico responde: "Claro que pode. Mas se os tomar com água é capaz de não ser pior ideia. Pelo menos sabe melhor." »

sábado, dezembro 15, 2007

artigos...




Hoje tive a oportunidade de ver o Expresso de ponta a ponta e ir lendo o que me interessava. Fiquei desapontada por falar tão pouco da Cimeira Europa-África... parece que numa semana a importância mediática se desvaneceu ou será que realmente nada foi feito ou dito de relevante?


Li entretanto a crónica do Miguel Sousa Tavares que me deixou meio perturbada e fui ver se a encontrava já on-line para um "copy-past". Um misto de verdade com exagero. Críticas duras "ao circo em que este país se encontra". Nas entrelinhas que chegam a antever um futuro próximo assustador dei por mim a pensar se neste país há apenas "palhaços"!? Creio que não, ainda sim é um "gritador" de consciências.


procurar aqui, onde há mais uns tantos.

sexta-feira, dezembro 14, 2007

searching...





Procuro miséria na wikipédia e encaminha para pobreza:


"A pobreza pode ser entendida em vários sentidos, principalmente:

- Carência energética para mudar o que não pode ser mudado, o impossivel esta dentro de vossa mente, a superação dos paradigmas faz a ponte de um estado-baixo em estado-alto. Falta de auto-estima, baixa espiritualidade."




Procuro tristeza e aparece o seguinte:


"Tristeza ou desgosto é um sentimento humano que expressa desânimo ou frustração em relação a alguém ou algo. É o oposto da alegria. A tristeza pode causar reações físicas como depressão nervosa, choro e insônia.
A tristeza pode ser originada da perda de algo ou de alguém que se tinha de muito valor; esta emoção pode ser potencializada se aquele que sofre de tristeza passa a acreditar que poderia ter feito algo para recuperar ou evitar a perda, mesmo que este algo a fazer seja na prática impossível de se concretizar, e independe da vontade do triste.
É comum a tristeza ser descrita como algo amargo, ou como uma dor, ou como sentimento de incapacidade, ou ainda como algo escuro (trevas).
A tristeza pode ser a consequência de emoções como o egoísmo, a insegurança, a baixa
auto-estima, a inveja e a desilusão."



Procuro felicidade e não fico satisfeita. Continuo a procurar e encontro isto:


“Podemos ficar desanimados por sentirmos que, no nosso trabalho, tudo começa a desmoronar-se. Deus pretende mostrar-nos que é com Ele que devemos contar acima de tudo, sem desistirmos do nosso próprio esforço. O resultado dos nossos trabalhos será incomparavelmente melhor do que se nos apoiássemos apenas nas nossas próprias forças e na ilusória convicção das nossas capacidades.”






Há alturas em que oscilo entre a miséria e a tristeza por já não ter forças nem capacidades em que me apoiar.
Tenho a sensação que são pedidos humildes e discretos de Deus para voltar a confiar.
Devia ter começado pela felicidade...

segunda-feira, dezembro 10, 2007

versos...



Há Dias


Há dias em que julgamos
que todo o lixo do mundo
nos cai em cima
depois ao chegarmos à varanda avistamos
as crianças correndo no molhe
enquanto cantam
não lhes sei o nome
uma ou outra parece-me comigo
quero eu dizer :
com o que fui quando cheguei a ser luminosa
presença da graça
ou da alegria
um sorriso abre-se então
num verão antigo
e dura
dura ainda.



Eugénio de Andrade
de Os lugares de Lume

sábado, dezembro 08, 2007

indecisões...

Dia de Madredeus...






Porque tudo tem sentido...

sexta-feira, dezembro 07, 2007

batalhas...










Não costumo encontrar muita gente conhecida no hospital ou faculdade (onde já quase não vou), que não sejam do meu ano. Curisoso, esta semana encontrei duas amigas, alunas de Medicina de anos abaixo do meu. O curioso não é tê-las encontrado, é, no meio da conversa trivial, ambas me dizerem qualquer coisa do género: "Por acaso andava para falar contigo, para te perguntar uma coisa", ou "Hoje de manhã lembrei-me que eras a pessoa certa para eu falar.." ou ainda " A minha irmã disse-me para vir falar contigo"... Tudo porque a mais nova está com os primeiros flashes de desespero do 2º ano de Medicina (que eu já vivi tão bem ou tão mal) e a mais velha enfrenta a crise de "ignorância clínica e diagnóstica" (sensação essa que continuo a viver tão bem ou tão mal).


Vinha então a caminho de casa a pensar que às vezes, mesmo tendo maus exemplos para mostrar e partilhar, podemos ir "ajudando" as pessoas que passam por conflitos interiores semelhantes. Não sei se é a sensação de "alívio" por não nos sentirmos "sozinhos" e "únicos" nesta caminhada, que pessoalmente não tem sido fácil, ou simplemente a procura de respostas e soluções... Mas, por momentos, palavras como "Não te preocupes, o cenário não é assim tão negro", "Tudo se faz", "No final apercebemo-nos que já aprendemos qualquer coisa", "Quando chegarmos ao 6º ano tudo há-de encaixar", etc... dão-nos algum conforto, ânimo e esperança.
É possível... "E como diria o Pe. Vasco, "Não há soluções, há caminhos.."

quinta-feira, dezembro 06, 2007

atenção...

Sempre que ando de carro entre as 13h e as 14h sintonizo a TSF para ouvir a "playlist" de uma figura pública que todas as semanas é diferente.
É pelo menos uma hora do dia em que não ouvimos todas as outras músicas que massacram o ouvido de tanto serem passadas e repassadas. E é também uma oportunidade de ouvirmos músicas que nunca ouvimos, muito alternativas e diferentes, de compositores e cantores desconhecidos à maioria dos comuns mortais, em que me incluo. Até porque, por norma, as figuras públicas escolhidas têm gostos mais "eruditos" e "requintados".
(Pena o jornal financeiro e as notícias repetidas que encurtam a hora para uma mísera meia hora!)

Esta semana quem faz a selecção é o Fernado Nobre (um nome bem presente na minha vida nestas últimas 2 semanas...) e na terça-feira passada escolheu entre duas músicas francesas bem "sui generis" uma música do Bryan Adams, "Have You Ever Really Loved A Woman", porque, dizia ele, que quando se esquecia de como se devia amar a mulher ouvia esta música para se lembrar...

Atentem...



terça-feira, dezembro 04, 2007

esforços...





Hoje no "Prós e Contras" falava-se de famílias numerosas, do apoio que o estado (não) dá a quem quer simplesmente ter uma família como as que "víamos" antigamente, como a família que o meu avô tinha, que a minha mãe teve um pouco e eu já não posso ter, senão constituindo uma...
Recomendo o programa, por tudo o que foi dito, especialmente pelo testemunho de uma Psicóloga, uma de 10 irmãos de uma família bem recente, muito lúcida acerca do que podia ser feito, do conceito de família, de valores e formação.
Já não se correm riscos, porque a sociedade não o permite, já não se aposta num futuro para muitos quando não se vê um futuro para dois.


Aprendi na passada quarta-feira, num seminário na Faculdade de Psicologia com o Dr. Fernando Nobre (fundador e presidente da AMI) que nesta sociedade estamos plenos de indivíduos, mas escassos de cidadãos.

Com a natalidade a diminuir desta maneira, os níveis de competitividade e luta pela sobrevivência a aumentarem, os indivíduos diminuem e os cidadão arriscam-se a "espécies em vias de extinção"...


Eu gostava de um dia poder contribuir com projectos de cidadãos. Não sei ao certo o que o futuro me reserva.. e enquanto isso, todos os dias vou tentando ser mais cidadã e fazer com que os que tocam o meu círculo sejam mais cidadãos também.


Pequenas missões, para pequenas pessoas. Pouco, pequeno e possível.

terça-feira, novembro 06, 2007

não sei...

Ser mais.
Mais aqui ou mais ali?
Mais comigo ou mais contigo?

Querer mais.
Mais para mim ou mais para ti?
Mais para nós ou mais para eles?

Eu.
Tu.
Querer ser nós.






Quando éramos pequenos e saltávamos à corda pensávamos em coisas simples, pequenas. Depois crescemos e começámos a sonhar mais alto. Passámos as fronteiras sem destino mas com regresso. Depois o nada... Buraco negro do universo. Agora não sei. Não sei se somos os mesmos que saltámos um dia à corda. Que sonhámos juntos um dia. Não sei o que é mais... Consigo vislumbrar o que nos tornámos sem certezas de que estamos no caminho que ousámos. Consigo ter orgulho no que és e no que sou, mas hoje não sei...

domingo, outubro 21, 2007

esperado...






Para cuando Sobrevenga el Final



Y si solo queda silencio,
el insomnio de una canilla
que no se cansa de gotear.
Y si solo queda por contar
una historia sin historia,
la noche nulade 40 cigarrillos
aplastándose sin sentido.
Y si solo se trata de retratar siempre
el mismo paisaje siempre,
la misma ventana siempre,
la misma miseria siempre.
Y si este corazón se durmió
de anestesia localy se siente superfluo
latiendo a medio motor,
llorando a lágrima falsa.
Y si solo quedó por disfrutar
esta paz de lexotanil,
este canto tedioso,
esta melodía monótona,
esta soledad de dos plazas.
Para cuando sobrevenga
el final improvisado
no quedará más que un
" resígnese hermano "
para pagar la entrada a la eternidad,
o a la nada que nos espere.
Nos quedarán solo
los músculos cansados, solo
los labios cansados, solo
las manos cansadas, solo
los dedos cansados, solo
para justificar
esta ausencia de existencia
que nunca nos cansamos
de dar por sobreentendida
presente, mediocre
e irónicamente
especial y eterna.




Gito Minore

sábado, outubro 20, 2007

...


quinta-feira, outubro 18, 2007

plágio...


"O que é frágil garante a segurança.




E porquê? Já é assim também nas estruturas e nas instituições. O que é construído assentando na fragilidade, resiste mais facilmente às grandes transformações, aos sobressaltos inevitáveis do correr do tempo. Mas as revoluções fazem desmoronar tudo o que é rígido, burocratizado, empedernido. (…)Queremo-nos seguros da segurança que reside nos bens, na permanência em um lugar, nas coisas que dizemos nossas, nas decisões que julgamos tomar sozinhos. Buscar fragilidade é o contrário disso. É ser plasmável, capaz de vibrar com o que muda. As pessoas mais seguras – fiéis, coerentes, fortes – são paradoxalmente as mais frágeis – não da fragilidade das bonecas de louça da infância mas da fragilidade dos bambus que a tudo resistem. A fragilidade não é uma qualidade do carácter – é uma dimensão da inteligência. Como tal, oferece a segurança das coisas certas e maduramente reflectidas.”

Maria de Lourdes Pintasilgo


























É assim comigo, é assim contigo, connosco e com vocês.
É assim nas estruturas e instituições.
É assim e ainda bem que é assim... sou contraditória por ser temedora e amante das fragilidades, que nos fazem mais pequenos e grandes.



(A minha vontade era divulgar-te... até quando? assim tenho que "te copiar"...)

quarta-feira, outubro 10, 2007

notas...




Fazes muito mais que o sol...

terça-feira, outubro 09, 2007

batalhas...



Ouvi não sei de quem, não sei onde, não sei quando...
Ouvi que estamos sempre a comunicar. Que comunicamos com gestos, com palavras, olhares, sorrisos, expressões...

Um piscar de olho, uma lágrima, um toque, um acenar... Comunicamos com o corpo.
Eu não sei não comunicar... Mas não sei se comunico bem, ou, pelo menos, sempre bem.
É importante comunicar o que aos outros constrói... é também importante comunicar o que vamos sentindo e vivendo.
Comunicamos e interagimos. E as falsas comunicações levam-nos para ciclos viciosos de sentimentos e "cargas" negativas.
Diria que devemos comunicar com simplicidade e sinceridade. E assim "damos" aos outros o que temos de mais básico para dar... como quem estende a mão e diz sem dizer: "Estou presente".






Tenho comunicado pouco.
Tenho comunicado mal.
"Espero" o dia em que voltemos a comunicar sem interrupções...

segunda-feira, outubro 08, 2007

câimbras...

Não sei se escale...


Não sei se reme...



Não sei se acredite...


sábado, outubro 06, 2007

soltas...




O que temos de certo nesta vida?

E o que damos como certo?
Às vezes, quando caminhamos por terras sólidas, esquecemo-nos por instantes dos trilhos por onde andámos até encontrarmos os caminhos traçados.

Recordo agora as únicas coisas que talvez tenha como certas... e digo talvez porque certezas não asseguro. A minha fé e a minha família. Chamo de certo ao que me leva a pensar que se desaparecesse e reaparecesse passados 20 anos estaria cá para me receber da mesma maneira que se apenas desaparecesse por um dia. Chamo de certo ao que me acolhe, me quer bem, me ama sendo eu mesma intemporalmente, santa ou pecadora. Chamo de certo a Deus e aos laços de sangue.

sexta-feira, setembro 28, 2007

acordes...



Haiti





quinta-feira, setembro 20, 2007

pés na terra...




Afinal sou simplesmente eu.
Hoje descobri que sou vulgar. Sou como qualquer pessoa. Penso igual, sinto igual, ajo igual, vivo igual. Não sou diferente do que vejo, não sou diferente do mundo em que estou.
Vivia na ilusão de ser original... que o meu universo mental se destacasse dos "comuns mortais". Mas afinal sou eu assim.
Queria marcar a diferença. Mas não consigo. Porque sou um ser igual a tantos outros cheio de limitações e barreiras interiores.
Às vezes acreditava, talvez inocência, talvez ingenuidade, talvez o mundo cor-de-rosa (lembro-me do tempo do mundo cor-de-rosa...tão distante mas tão perto).
E hoje percebi, como aos poucos me vou apercebendo, porque a vida faz crescer, porque os enganos às vezes são pedras construtoras.
Tenho a sensação que a vida nos vai dando exactamente o que precisamos no momento certo.
Tenho a sensação que Deus vai-nos mostrando assim os trilhos...
Não é fácil tomarmos consciência da nossa pequenez, da tal vulgaridade. Faz-nos sentir frágeis, vulneráveis, porque afinal somos como qualquer outro, que nunca julgámos ser.

sábado, setembro 15, 2007

delírios...



Hoje decici arriscar.

Arrisquei porque não sabia o amanhã. E não queria saber. Nem quero.
Arrisquei porque quebrei o gelo do coração. Dei liberdade à mente.
Uns minutos de liberdade que se transformaram em horas, depois em dias, depois em meses.
O hoje que foi o ontem e é o agora.
O agora que não tem data de fim.
Arrisquei não de olhos fechados mas de mãos abertas.
Não sei.
Não conheço.
Espero talvez... espero de esperança.
Acredito sem saber porquê nem como.

Assim.. simples.
Um dia criança... sonhadora.
Agora talvez lutadora.
Procuro.
Receio.
Conquisto.
Recebo.
Arrisco.













E não me sinto sozinha...

sexta-feira, setembro 14, 2007




"Regresso"


«Quando eu voltar,
que se alongue sobre o mar,
o meu canto ao Creador!
Porque me deu, vida e amor,
para voltar...
Voltar...
Ver de novo baloiçar
a fronde magestosa das palmeiras
que as derradeiras horas do dia,
circundam de magia...
Regressar...
Poder de novo respirar,
(oh!...minha terra!...)
aquele odor escaldante
que o humus vivificante
do teu solo encerra!
Embriagar
uma vez mais o olhar,
numa alegria selvagem,
com o tom da tua paisagem,
que o sol,
a dardejar calor,
transforma num inferno de cor...
Não mais o pregão das varinas,
nem o ar monotono, igual,
do casario plano...
Hei-de ver outra vez as casuarinas
a debruar o oceano...
Não mais o agitar fremente
de uma cidade em convulsão...
não mais esta visão,
nem o crepitar mordente
destes ruidos...
os meus sentidos
anseiam pela paz das noites tropicais
em que o ar parece mudo,
e o silêncio envolve tudo
Sede...Tenho sede dos crepusculos africanos,
todos os dias iguais, e sempre belos,
de tons quasi irreais...
Saudade...Tenho saudade
do horizonte sem barreiras...,
das calemas traiçõeiras,
das cheias alucinadas...
Saudade das batucadas
que eu nunca via
mas pressentia
em cada hora,
soando pelos longes, noites fora!...
Sim! Eu hei-de voltar,
tenho de voltar,
não há nada que mo impeça.
Com que prazer
hei-de esquecer
toda esta luta insana...
que em frente está a terra angolana,
a prometer o mundo
a quem regressa...
Ah! quando eu voltar...
Hão-de as acacias rubras,
a sangrar
numa verbena sem fim,
florir só para mim!...
E o sol esplendoroso e quente,
o sol ardente,
há-de gritar na apoteose do poente,
o meu prazer sem lei...
A minha alegria enorme de poder
enfim dizer:
Voltei!...


Alda Lara, Angolana


Como curiosidade, esta poesia foi escrita em 1948, quando a autora viveu alguns anos em Coimbra e Lisboa, onde se formou em medicina. Voltou, na verdade, e faleceu em 1962, em Cambambe, ANGOLA»

quarta-feira, setembro 12, 2007

sensações...

Sinceridade.
Cumplicidade.
Confiança.
Partilha.
Tranquilidade.
Afecto.
Amizade.



(...)

sexta-feira, setembro 07, 2007

enter...


Voltei... não que tenha partido, mas voltei.
Partir implica deixar, largar... não abandonado mas bem entregue.
Partimos se temos confiança, ainda que medos.
O regresso é sempre ambíguo.
Querer ficar... longe do que é realmente nosso. Longe de quem precisa verdadeiramente de nós, de quem não esquece e anseia que voltemos. Longe da agitação, do "ram-ram", das confusões e chatices, problemas e dificuldades, inventados por nós na maior parte das vezes. Ficar lá... longe de tudo e de todos, onde a vida é uma ilusão passageira e enganadora, que dispara o botão do sonho e da imaginação.
Voltar aqui. Ao presente, passado e futuro. Voltar com as baterias talvez não tão carregadas como queríamos, talvez a precisar de alimento. Voltar ao que afinal nos pertence, à nossa casa, às nossas missões.
É como uma balança de dois pesos, em que um dos pratos afinal não tem mais do que ideias, tem como única função fazer acreditar que ainda é possível, para não destruir as esperanças vãs que vamos criando.
Tirando rasgos de loucura que a poucos pertencem, a sensatez é sempre vencedora deste conflito interior. Acabamos por regressar e encontrar tudo como deixámos. Tudo estagnado como se por cá o vento não tivesse soprado. Acabamos por sentir que não pertencemos bem aqui mas não temos outro lugar para onde ir..
Mas depois passa-se um dia, passam-se dois... e deixamos de nos sentir perdidos para voltarmos ao conforto, à tranquilidade, à paz interior. Porque afinal estamos onde sempre quisemos estar.

domingo, julho 29, 2007

manta de retalhos...























Férias.
Merecidas, aguardadas...

E agora?
Uma sensação intemporal.
Os dias que não fazem parte de semanas, as horas que não têm começo nem fim.

Não há compromissos, não há obrigações.

Palavra de ordem: descansar!? gozar!? relaxar!?

Sensação de liberdade..
Descoberta, partidas... chegadas...
Estar, dormir, deslumbrar...

Praia, sol, mar.
Avião, comboios, terras e nomes...


(Sensação de vazio...!?!?)

segunda-feira, julho 16, 2007

apatia...

Não sei se é falta de tempo, de assunto, de motivação ou de coragem..
Mas não consigo passar por aqui...!


sexta-feira, junho 29, 2007

...




Porquê?
Porque sim!
Como?
Nem sei... muito!
Desde quando?
Não lembro!
Até quando?
Escolhia a eternidade!
Onde?
Em qualquer parte do mundo!

quinta-feira, junho 28, 2007

"vale tudo"...


Inventem-se novas tecnologias da comunicação!!


terça-feira, junho 19, 2007

saltos...





"Há tempo para tudo!!"
- dizia a minha mãe. Não se cansava de repetir.
Havia tempo para brincar, para dormir para comer. Havia tempo para crescer, tempo para sair e procurar.
"Não queiras viver as coisas antes do tempo.." - insistia a minha mãe com muita tranquilidade e segurança no que dizia.
Às vezes não percebia, ficava irritada. Não havia tempo para tudo. Queria viver tudo, antes que o tempo se esgotasse. Queria correr à frente do tempo.. desde pequenina.
"Cada coisa a seu tempo" - a mãe relembrava!

Comecei a pensar. Comecei a perceber. Entendi. Palavras simples, palavras sábias.
Já não queria "a carroça à frente dos bois", um dia de cada vez, sim. Dois dias num não!
Tempo a tempo... pé ante pé. Nem demasiado depressa, nem demasiado devagar. A seu tempo... com tempo. A saborear, a apreender, a discernir.

Às vezes ainda me esqueço.. e tropeço!! Depois lá me levanto e volto a atinar com os ponteiros do relógio.

Sem pressa, sem precipitações, sem "sofreguidão"... o tempo chega para tudo!!

segunda-feira, junho 18, 2007

momentos...

Ronha...




Apetece!?!?

sábado, junho 16, 2007

sentidos...

















Há dias em que o universo conspira contra nós. Há dias em que o Universo gira em torno do nosso eixo.

Há dias em que as palavras são como agulhas. Há dias em que não são precisas palavras.
Há dias em que precisamos espernear e gritar à janela. Há dias em que precisamos de abraços.
Há dias em que choramos até esgotar lágrimas. Há dias em que sorrimos como crianças.
Há dias em que o mais fácil é desaparecer. Há dias em que lutar é palavra de ordem.
Há dias em que a tristeza se apodera.. Há dias em que acreditar basta.


Ha dias para tudo. Há dias para todos. Há dias e dias. Há dias que se prolongam em semanas e dias que se estendem a meses. Há dias que dão valor a outros dias. Há dias que ocultam o sentido dos dias.

Há dias que valem a pena e há dias que valem mesmo a pena. Todos os dias valem a pena.

Basta haver dias, viver os dias, saber esperar pelos dias...



Por ti que esperas dias de sol...
Por ti que fazes dias de sol...

sexta-feira, junho 15, 2007

sincronizar...

segunda-feira, junho 11, 2007

inquietações...


Estou com "medo" de estar a "meter a pata na poça"...


domingo, junho 10, 2007

passos...























Primeiro passo




Complicamos, fazemos o fácil difícil. Somos exigentes e mesquinhos. Esperamos respostas onde não fazemos perguntas. Procuramos no escuro porque fugimos da luz com medo de nos cegar.
Nada está perdido. "No universo nada se perde, tudo se transforma".
Novos ventos, novos rumos.
Para (re)aprender a andar é preciso cair.





Estou em (des)equilibrio...

quarta-feira, junho 06, 2007

decisões...

É preciso coragem para arriscar e saber perder para aprender a ganhar.
Não sei ao certo que coragem é essa ou de que fonte vem o impulso. Enfrentar medos e ganhar coragem para "o tudo e o nada", para o que foi, o que é e o que será.
Sonhamos e alimentamos expectactivas, vindas de um lugar mais ou menos incerto, próprias da natureza humana que não se explica... nem tem que ter lógica ou racionalidade no que toca às emoções.
Somos dotados da "tal alma" que não traz livro de instruções e que difere de ser humano para ser humano. É a nossa grandeza e a nossa pequenez, a nossa salvação e "desgraça".
Somos o que somos e o tempo que perdemos não nos dá respostas..
Procuramos o desconhecido em busca da felicidade que está mesmo ao alcance do óbvio.
Procuramos porque é essência. Sonhamos porque precisamos de motivações para lutar e alcançar...
Um passo de cada vez, num caminho que muda de rumo tal como os ventos mudam de direcção. Se vamos em direcção ao farol não sei, mas que seguimos "a luz" é certo.



"No universo nada se perde, tudo se transforma!!"
Em que nos transformamos? Em que transformamos o que somos, as nossas relações, a nossa maneira de estar?





terça-feira, junho 05, 2007

picos...



Fotossíntese :)



SOL --> contentamento!!
CO2 --> contrariedades!!!
H2O e sais minerais --> motivações!!!

O2 --> atitude!!!

Sou como as plantas!! Faço fotossíntese... preciso do sol e da água, preciso respirar calor, absorver a luz!!
Todos temos os nossos "motores", os nossos "alimentos" e as nossas "alavancas"!
Precisei do sol para arrancar, para recordar que "a vida é bela" e que vale a pena sorrir e continuar a sorrir.
Tudo vale a pena...

Todos "fazemos fotossíntese", resta perceber com quê...

quinta-feira, maio 31, 2007

trancas...


"When one door of happiness closes, another opens; but often we look so long at the closed door that we do not see the one which has been opended for us."


Helen Keller

segunda-feira, maio 28, 2007

preto&branco...

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de facto...
" a música certa para mim "

sexta-feira, maio 25, 2007

links...




"A luz que invade Lisboa derruba os meus medos e traz-me sensações guardadas há muitos tempos, quando os dias não tinham fim e as noites eram folgas que dava a mim própria a fim de descansar o corpo para novas brincadeiras. A luz que invade Lisboa traz fogo de vida à cidade, veste-a com uma cor que nenhuma outra no mundo tem, dá-lhe um encanto de menina e moça, faz de Lisboa saudade, palavra nossa, repartida de boca em boca.
Lisboa, cidade minha, cidade que roubei para amar eternamente, minha cidade. Hoje que renasces, olho-te da janela e vejo-te inteira, o Tejo, os barcos, o reflexo do sol na água, quase que ouço as conversas dos pescadores esquecidos no tempo, a azáfama das pessoas que correm, os prédios de todas as cores, as mil ruas cruzadas, o eléctrico que passa vagarosamente, o amarelo da Carris, ao longe canta-se o fado e perde-se uma vida de desgosto de amor, no céu mais azul que outros céus um avião desenha o que eu quiser ver, andorinhas voam em direcção a lugar nenhum, Lisboa, tu que assistes a tudo isto, tu que és maestro desta perfeita sinfonia, continua a deixar-te sempre invadir por esta luz triunfal, que apaga a chuva que há dias me escorria da cara, e me dá tanta vontade de viver assim, feliz – como os pescadores esquecidos no tempo, ou o eléctrico que passa, ou as andorinhas que voam em direcção a lugar nenhum...
"



aqui....

assim...


NÃO SAIBAS: IMAGINA...




Deixa falar o mestre, e devaneia...
A velhice é que sabe, e apenas sabe
Que o mar não cabe
Na poça que a inocência abre na areia.


Sonha!
Inventa um alfabeto
De ilusões...
Um á-bê-cê secreto
Que soletres à margem das lições...


Voa pela janela
De encontro a qualquer sol que te sorri!
Asas? Não são precisas:
Vais ao colo das brisas,
Aias da fantasia...


Miguel Torga

sábado, maio 19, 2007

fotópsias...






Tenho saudades tuas,
minhas,
da vida que passa ao lado
e eu não sinto o vento que sopra...

Mas hei-de voltar, volto sempre!

domingo, abril 08, 2007

regressos...




Fui viajar, meio sozinha meio acompanhada.
Fui viajar e deixei a cabeça por cá, evitei ir ao interior para contemplar a natureza, deixei-me conduzir e trilhei caminhos já trilhados, ao sabor do vento e das montanhas, não fiz o meu caminho mas senti-o atravessar-se vezes demais nas falésias.
Revi passado, presente e sonhei um futuro que só naquelas montanhas tem lugar.
E agora que acabou... não trago ainda forças suficientes para continuar... Vou ver lugares com pessoas a mais, com quem falo de mais...

E o resto... ficou lá, no meu lugar sagrado...



Prazo de validade: Hoje queria ser criança!


Uma sintonia deveras paradoxa em...

sexta-feira, março 09, 2007

nympheas...



Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.

Meto as mãos nas algibeiras
e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro!
Era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.

Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes!
E eu acreditava!
Acreditava,
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
no tempo em que o teu corpo era um aquário,
no tempo em que os teus olhos eram peixes verdes.
Hoje são apenas os teus olhos.
É pouco, mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.

Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor...
já não se passa absolutamente nada.

E, no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
de que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.

Não temos nada que dar.
Dentro de ti
Não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.

Adeus.



Eugénio de Andrade

domingo, março 04, 2007

registos...

Cidade viva. Cidade encantadora. Multidões de fora, agitação nocturna.
Quartier Latin, um qualquer restaurante bem apetecível, quer nos preços quer na qualidade.

Um amigo com quem partilho, numa distância sem barreiras, a infância, a adolescência, a juventude, com quem me sento e sinto que o tempo não passou. Com quem sou eu, a mesma de sempre, com mais ou menos tempero, fruto das vivências. Revejo-me, sinto a autenticidade, o fundo, o ser e o estar que permanecem na roda viva dos tempos. Sinto-me bem. Rio como quando ríamos aos 8 anos, numa luta em jogos de crianças.

Um outro amigo, mais recente. Cheio de sabedoria, com quem se aprende e se cresce. Um amigo que faz o mundo ser pequeno e grande ao mesmo tempo. Que transmite ânsia de conhecimento. No meio das inseguranças o olhar é de quem está certo no que diz. Confiança nas palavras e nas acções.

Ganha o riso e a boa disposição. Ganham as conversas construtivas.
"Explica-me tudo sobre isso, quero saber. O que fazem vocês?"; "Nada, eles não fazem nada" ... "Sim... o que sabemos e podemos e os erros são a nossa fonte de aprendizagem".
"... mundo cor-de-rosa", o "crescimento económico", "Deus e o mundo", "o filme e a realidade", " o mundo..."

Em não mais que 5 minutos fala-se do poder das relações, de Deus ao semelhante...sai qualquer coisa como isto, que matuto até hoje... que sendo verdade não posso querer que seja mentira.
"As relações implicam sempre um elo de superioridade. Não há relações equilaterais. Um dos lados é claramente dominante. Subordinação. Cedência. Aceitação. O lado que se afirma, que tem o leme. O lado que observa. (...) (...) Sou, na minhas relações, aquele que dita a última palavra, o que decide e determina, o que sem esforços, por essência ou razões inatas, inconscientemente dita as regras. Sou, nas minhas outras relações, o que segue, o que imita, o que admira e não questiona nem discute, o que não tem argumentos válidos, mesmo podendo estar do lado do que se aproxima da razão, mas que cega pelo fascínio." (...)

Não sei ao certo as palavras usadas, estas distorcem talvez o que foi dito, mas a simplicidade de quem as disse, atrevo-me a dizer, a inocência com que foram pensadas...

Dei por mim a pensar, perante 2 amigos tão diferentes e distantes, com quem o meu percurso se cruzou apenas nesta cidade, neste restaurante, qual seria o meu papel com cada um deles...


Que tipo de relações temos nós?