quarta-feira, dezembro 23, 2009

"Moça bonita"...



Foi quase (exactamente) assim...

quinta-feira, novembro 26, 2009

olhares...


O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás…
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem…
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras…
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do mundo…

Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo.

(...)

Eu não tenho filosofia: tenho sentidos…
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar…

(...)

FP

needles...






Eu podia escrever sobre o fim do "meu curso interminável".
Podia escrever sobre o exame para que me fui preparando durante 11 meses e que acabou por correr bem.
Podia escrever sobre os 4 meses de reflexões, introspecção, crescimento e aprendizagem em que soube ser feliz.
Podia escrever sobre o que me foi dizendo o coração e a alma, sobre as pessoas que se fizeram e fazem tão presentes.
Podia descrever a alegria e felicidade que senti ao me arrancarem pedaços de tecido em tons de branco e preto. A felicidade de estar com e entre os meus. E o sorriso, o meu sorriso autêntico e genuino. De dever e missão cumpridas. Com vocês ali, a sorriem também.
Podia escrever que estou feliz.

Mas quero escrever que hoje fui apanhar 2 couves, uma lombarda, com "um ollhinho lá no meio", outra tipo repolho. E dei comida aos gatos. Eu não gosto lá muito de gatos.
Nestes dias, antes de me sentar a não fazer nada, dou um beijinho na testa da minha avó.
E o que eu quero escrever é que, depois deste ano para o qual ainda não descobri o adjectivo certo, o que eu peço para o ano seguinte é poder dar um beijo na testa da minha avó num segundo roubado às couves, aos gatos...

quarta-feira, novembro 25, 2009

on my way...





segunda-feira, novembro 02, 2009

playlists II...

"You're a sight to see this early morning
Getting lost in my own neighbourhood."



addictive...


playlists...


Lisboa que amanhece - Sérgio Godinho


Cansados vão os corpos para casa
dos ritmos imitados de outra dança
a noite finge ser
ainda uma criança
de olhos na lua
com a sua
cegueira da razão e do desejo

A noite é cega e as sombras de Lisboa
são da cidade branca a escura face
Lisboa é mãe solteira
amou como se fosse
a mais indefesa
princesa
que as trevas algum dia coroaram

Não sei se dura sempre esse teu beijo
ou apenas o que resta desta noite
o vento enfim parou
já mal o vejo
por sobre o Tejo
e já tudo pode ser tudo aquilo que parece
na Lisboa que amanhece

O Tejo que reflecte o dia à solta
à noite é prisioneiro dos olhares
ao cais dos miradouros
vão chegando dos bares
os navegantes
amantes
das teias que o amor e o fumo tecem

E o Necas que julgou que era cantora
que as dádivas da noite são eternas
mal chega a madrugada
tem que rapar as pernas
para que o dia não traia
Dietrichs que não foram nem Marlenes

Não sei se dura sempre esse teu beijo
ou apenas o que resta desta noite
o vento enfim parou
já mal o vejo
por sobre o Tejo
e já tudo pode ser tudo aquilo que parece
na Lisboa que amanhece

Em sonhos, é sabido, não se morre
aliás essa é a única vantagem
de, após o vão trabalho
o povo ir de viagem
ao sono fundo
fecundo
em glórias e terrores e venturas

E ai de quem acorda estremunhado
espreitando pela fresta a ver se é dia
a esse as ansiedades
ditam sentenças friamente ao ouvido
ruído que a noite, a seu costume, transfigura

Não sei se dura sempre esse teu beijo
ou apenas o que resta desta noite
o vento enfim parou
já mal o vejo
por sobre o Tejo
e já tudo pode ser tudo aquilo que parece
na Lisboa que amanhece

terça-feira, outubro 27, 2009

sons...




"Anda comigo ver os aviões"
Os Azeitonas

eu bem que dizia...




"Lisboa é a grande vencedora dos World Travel Awards (WTA), os mais prestigiados prémios de Turismo do mundo, ao arrecadar os galardões que distinguem o Melhor Destino Europeu, o Melhor Destino para City Breaks e o Melhor Destino de Cruzeiros.
"

(...)

domingo, outubro 11, 2009

sooner...


Em dia de "bichinho"... Mais um dos grandes: AQUI

vindimas...


As imagens falam por si... AQUI

quarta-feira, setembro 23, 2009

fases...

estou e estarei em...

por aqui!
mas volto em "breve"...

terça-feira, setembro 15, 2009

sociedade...






Partido da Terra? Hummm... nem sei bem quem são! Upss..


sábado, setembro 05, 2009

pérolas...



magnifique!!!
(ler com sotaque francês, cést trés chique)

sublime...




Em 2009, Rodrigo Leão: "A mãe"


quarta-feira, setembro 02, 2009

exchange...







"A título pessoal, não acho que o barómetro da felicidade passe obrigatoriamente por ter uma relação com alguém. Pelo contrário. A felicidade tem que ir para além disso. Prezo muito o saber estar sozinha e ser feliz com ou sem "um outro". Foi uma coisa para que me eduquei, algo que rezei e pensei muito e as relações que tive vieram ajudar a construir esta perspectiva.

Acho sim que pode ser mais fácil ter mais momentos de felicidade numa vida a dois, porque proporciona mais momentos de partilha a vários níveis. E uma relação traz coisas que uma “não-relação” não traz, é certo. Contudo, tendo como exemplo pessoas próximas casadas e solteiras de quem acompanho as relações, alegrias, tristezas, felicidades, frustrações de cada uma, tenho para mim (e repito) que o barómetro da felicidade não tem que passar mesmo por uma relação. De certo modo perturba-me (ou incomoda-me) esta cultura ocidental(?) do "casar e ter filhos é que é", "de outro modo vou ser frustrado e infeliz para todo o sempre", “não imagino a minha vida sem constituir família”.

Nesta perspectiva do “pavor da solidão” apercebo-me de relações “forçadas” na tentativa do "esta é que é", "é com esta pessoa que faz mesmo sentido" e depois não faz... e é um rol de relações umas a seguir às outras cada vez mais "sentidas" e cada vez mais desesperantes.

As pessoas não sabem estar sozinhas, de todo, quer fisicamente, mas principalmente emocionalmente. (Cultura ocidental outra vez?) Há um “pânico” da solidão tremendo, como se a essência e o absoluto de uma vida fosse uma outra. Acho que consigo perceber isto numa relação de 50 anos a quem tiram “tudo” quando se perde a companhia de uma vida.

E isto incomoda-me... e há dias em que não sei se é “é de mim” ou se simplesmente quero “ser diferente” e viver na ilusão de ser capaz de viver uma vida inteira sozinha e, afinal, vir a dar-me conta que não.

Mas como é que uma pessoa com bons amigos, bons laços familiares, um trabalho, uma participação activa na sociedade e uma vida de oportunidades de interagir, de se dar e receber, não consegue, por si só ser feliz ou ir sendo feliz? Ou, pelo menos, viver numa atitude de felicidade?"




"A capacidade de sobrevivência do ser humano impressiona-me! É ao mesmo tempo uma enorme força e uma enorme fraqueza. Estiveste em África, eu na minha vida já me deparei com situações extremas, há uma série de gente que escreveu sobre momentos de sofrimento absoluto. E nestas situações pessoas que vivem sem nada, pobres, sujas, doentes pestilentas, com a morte e por vezes a maldade a pairar no ar que respiram conseguem ser fortes, altruístas e gente feliz. O ser humano pode passar por todo o tipo de sofrimento, aceitá-lo e ser feliz. É uma força enorme; santos nascem da vitória sobre o sofrimento humano.
Mas esta mesma capacidade de sobrevivência pode facilmente transformar-se em resignação. Passamos por uma situação de sofrimento, que pode ser pontual ou durar um tempo indeterminado. E sofremos, ficamos deprimidos, magoados e tristes. Por vezes chegamos ao ponto de nos auto-infligirmos numa atitude masoquista de auto comiseração. Mas não morremos, acordamos um dia e já não dói tanto, noutros dias mais, mas sobrevivemos. Pior é que quando nos deparamos com nova situação semelhante à anterior, saltamos a pés juntos confundidos com os poucos momentos de felicidade extrema num mar de sofrimento inútil. Resignamo-nos ao sofrimento e alimentamo-nos dele. Pessoalmente acho que repetir erros é preguiça, é preferir viver absortos na dor ao invés de enfrentar o desafio de nos conhecermos a nos próprios e descobrir o que realmente queremos da vida.
Pequena ilação a tirar. Sofrimento é necessário ao crescimento de uma pessoa, mas completamente inútil se representar o todo dessa pessoa.

Mas não é menos verdade que só se existe no Outro. Aquele conceito abstracto que aprendemos nas aulas de filosofia e na nossa educação católica é real e verdadeiro. Precisamos do outro para nos conhecermos e uma vida isolada não é vida de todo. Portanto temos de nos dar a conhecer para nos descobrirmos e temos de arriscar a possibilidade de virmos a sofrer com este passo.
Não se cresce por sofrer mas temos de arriscar sofrimento para poder crescer.

De resto, a felicidade não passa por estar junto com alguém. Muita gente vive sozinha e feliz sem que isso seja resignação. E muita gente vive junta e infeliz e isso sim é resignação. É o velho ditado do povo, "mais vale só que mal acompanhado".

Inclusive penso que não sabe estar sozinho, não consegue viver junto.

Jesus passou quarenta dias no deserto, adolescentes indígenas são postos à prova pela tribo passando tribulações sozinhos para aprender o valor de comunidade, temos contos de crianças como Hansen e Gretel onde miúdos abandonados têm de sobreviver sem ajuda de terceiros para poder voltar a casa.

São tudo exemplos de como é necessário aprender a estar sozinho, erguermo-nos sem muletas, para depois conseguirmos viver junto ou em comunidade. É um processo de crescimento de vida. E acho que uma das coisas que se perdeu na nossa cultura ocidental tão obcecada com resultados rápidos e visíveis.

Como ocidental que sou, acho que teríamos muito a ganhar se conseguíssemos capitalizar tudo o que já alcançámos e investi-lo no futuro da sociedade a longo prazo ao invés de nos concentrarmos no imediato."


terça-feira, setembro 01, 2009

ouvi por aí...


Já não sei onde, nem de quem, sei só que foi há dias que ouvi:
"Todos temos pequenos SOS's"

Fiquei a pensar nisso. E escrevi num papel.

Hoje encontrei o papel.


Ocorre-me que uma das coisas bonitas da vida é a capacidade de reinventar SOS's, sejam pessoas, coisas, desafios, apostas, atitudes.
É claro que em 30 segundos ocorrem-me vários SOS's e o giro é que tenho SOS's para situações diferentes.

Há, de facto, SOS's para todos os gostos e para todas as pessoas.
Conversar é um SOS.

Dançar é um SOS.
Cantar também.

Correr é um SOS.
Dormir é um SOS.

Escrever é um SOS.
Ir ao cinema é um SOS.

Aquele amigo é um SOS.
Aquela amiga também.

A casa é um SOS. O quarto tem dias de SOS.

Fumar é um SOS.

Aparvalhar é um SOS.

Chorar é SOS.

Passear o cão é SOS.
Mentir é um SOS. Gritar é mais.

Ir às compras...SOS.

Estudar pode ser SOS.

...
...
Os SOS são, por norma e com as devidas excepções, coisas que se gostam de fazer, coisas que dão prazer.


Graças a Deus tanto SOS. (Ah.. Deus também é SOS, mais tipo "bombeiro" para alguns..)



segunda-feira, agosto 31, 2009

da rádio...



Reajo a esse incómodo olhar, nem quero acreditar
Que vem na minha direcção
Há dias que estou a reparar, nem queres disfarçar
Roubas a minha atenção
Aprecio o teu dom de tornar, nao clico o meu falar
Numa total confusão
Confesso que só de imaginar, que te vou encontrar
Me sobe à boca o coração

E falas de ti, falas do tempo
Prolongas o momento. dum simples cumprimentar
Falas do dia, falas da noite
Nem sei que responda, perdido no teu olhar

É certo que sempre ouvi dizer, que do querer ao fazer
Vai um enorme esticão
Mas haverá quem possa negar, que querer é poder
E o nunca é uma invenção
Bem sei que este nosso cruzar, pode até nem passar
Dum capricho sem valor
Mas porque raio hei-de evitar, se esse teu ar
Me trouxe ao sangue calor

E falas de ti, falas do tempo
Prolongas o momento. dum simples cumprimentar
Falas do dia, falas da noite
Nem sei que responda

E falas de ti, falas do tempo
Prolongas o momento. dum simples cumprimentar
Falas do dia, falas da noite
Nem sei que responda, perdido no teu olhar

Virgem Suta, "Linhas cruzadas"


terça-feira, agosto 25, 2009

rítmo...



A menina dança?


segunda-feira, agosto 17, 2009

não é meu...


"A noite é uma pessoa muito sensível

A noite sensibiliza as pessoas. Já vi muitos duros a entrarem na noite e a chorarem como uns meninos à sua saída. E porquê? Voltamos ao mesmo, porque são duas coisas muito diferentes. De dia, não há tempo para nada e as pessoas raramente dão atenção umas às outras, porque é mais importante responder ao email, à outra chamada, à reunião com o patrão que está furioso por determinada tarefa não ter sido cumprida. E tem razão, porque é de dia. Pois fosse à noite, e possivelmente já não a teria. Aliás, não deve ser por acaso que muitos dizem que o que é verdade à noite, de dia é mentira. Ou será o contrário? Não façam caso, as pessoas são mais sinceras à noite, isso eu sei. E têm mais tempo umas para as outras. À noite as pessoas ouvem-se, interessam-se umas pelas outras e não hesitam em querer saber um pouco mais de alguém que acabaram de conhecer. De dia é impossível. Não há tempo para conhecer ninguém. É impensável que alguém nos ligue para o telemóvel a meio da tarde e nos diga: E que tal irmos até ao bar beber qualquer coisa?" Sobretudo, se percebermos que estamos em alto mar e ainda nos faltam 4 meses para acabar a marinha.


A noite sensibiliza e eu só de pensar nisso choro. A imagem que de resto gostaria que tivessem neste momento, é a de um homem que sou eu, com os ombros fixos a esta secretária e as mãos na cabeça a dizer repetidas vezes " Oh não, oh não!". Só que entretanto perguntam-me : Mas alguém que está com os ombros fixos na secretária e as mãos na cabeça, como pode estar a escrever exactamente isso? Então deixaria de ter as mãos à cabeça? Forçosamente teria que descolar os ombros da secretária? Não poderia escrever desse modo? Pois bem, para esses a minha resposta é muito clara: onde é que íamos?

Exactamente, falávamos sobre estas diferenças , entre a noite e o dia e os comportamentos a que cada um nos leva. O problema da noite é que sugere. O dia – a sugerir – só se for a cadeia de supermercados. E eu prefiro o pingo doce, embora nunca lhes perdoei terem retirado o cartão dominó.
É isto sim, o dia é um trabalhador incansável que só pensa na carreira e nos aumentos salariais e nas entrevistas ao semanário económico a explicar tão bons resultados para a sua empresa. A fotografia a cores a dizer. "Empresário de Sucesso". Já a noite não é nada disto. A noite preocupa-se com ela, com o bem estar dela, com os amigos, com viver uma vida que – à partida e até provas em contrário – é de passagem única. É isto. E saber, que depois disto nada. A noite penso que terá percebido isto antes do dia. E isso faz dela mais feliz. Ou muito próximo disso.

Daí toda esta sensibilidade e só isso explique o quanto nos abraçamos à noite, o quanto nos amamos à noite, o quanto telefonamos à noite uns para os outros sem que isso pareça ridículo ou motivo de desconfiança para um notório desequilíbrio emocional. Uma chamada às 5 da manhã para dizer que gostávamos de alguém verdadeiramente e lhe pedirmos desculpa de um erro ao outro é diferente de uma chamada às 5 da tarde, com idêntica confidência. Às 5 da tarde é óbvio que essa pessoa estará com um fortíssimo desequilíbrio emocional e precisa de acompanhamento médico. Ás 5 da manhã é óbvio que está completamente embriagada e a precisar que alguém a leve a casa.De preferência, já."
Fernando Alvim


PS: É louco e subtil...

Gostei e pronto.

terça-feira, agosto 11, 2009

em 2010...





"O conceito do Andanças, muito diferente dos festivais de Verão, é extremamente simples: Durante o dia aprende-se a bailar, à noite tem-se a oportunidade de bailar. O dia é ocupado, não só, com oficinas de danças de todo o mundo, onde se incentiva o contacto e a aprendizagem da dança e da cultura de diversos povos, mas também com actividades paralelas como a construção de instrumentos, bookcrossing e outras, sem esquecer as actividades para as crianças."



muito estúpida...


"Não cuspas no prato que comeste"


E comer no prato onde já se cuspiu?

... muito pior!!!

('C'a' estupidez!!)


imortais...



sexta-feira, agosto 07, 2009

lá atrás III...

lá atrás II...

lá atrás...

Num dos fwd's que recebo, "Angola há 35 anos" chamou-me à atenção.
Não vi ainda os vídeos todos do início ao fim, verei.

Há algumas coisas que apertam, de imediato, o coração, sem que tenha lá estado um dia. Mas há também algumas que despertam um estado de inquietação que não consigo explicar, porque são mais os brancos que os pretos nestas filmagens e é notória uma certa atribuição do elevado nível de vida aos brancos e das profissões operárias aos pretos.

Não tiro ilações. Não pretendo nem tenho legitimidade para falar do que não vivi, não vi, não entendo.
Mas África mexe. Mexe e pronto. Desperta os sentidos. Causa taquicardia. Brilho nos olhos. Ansiedade...

Estes vídeos, bons ou maus, tenham a visão que tiverem, mexem. Falam. Transmitem.


quarta-feira, agosto 05, 2009

rir até cansar...


Para rir e melhor rir: AQUI

Quem não tiver rigorosamente nada para fazer tem um bom modo de passar o tempo.

Quem tiver muito para fazer pode vir aqui descontrair.
Quem tiver mais ou menos para fazer, faça como quiser ;)

Não poderia haver melhor compilação da melhor comédia portuguesa (e requintada!).

segunda-feira, agosto 03, 2009

momentos...

Não resisto a publicar, porque acompanhei quase sempre as séries e é muito muito bom...
São os maiores!!



Também aqui.

lições...


A minha mãe desde sempre me disse: "Filha, tu és muito urbana!" Não diz com grande alegria, assim como eu não ouço com grande orgulho. A verdade é que sou mesmo, gosto da confusão, do anonimato, das noites agitadas, do trânsito (não de ponta), da vida mais em turbilhão.

Nasci com aviários, vacarias e muitas terras de cultivo por perto. Nunca fui muito pró-activa em tarefas do campo. Agora gosto de uma boa vindima, apanha da maçã, de ir à terra apanhar ares do campo, de cozer pão no forno da aldeia, de apanhar legumes para trazer.

Gosto de ir e apreciar a simplicidade das pessoas, de ouvir as expressões da terra, de estar lá no meio do nada. Mas gosto de ir e estar porque sei que volto à cidade.

E isto não é bom nem mau. Acho que sou simplesmente eu.

Há dias fui subir o Guadiana com a família. Tinha descido o Douro em Setembro do ano passado e tinha sido uma viagem pacífica, recatada e requintada. A paz do rio por entre a paisagem mais bonita que Portugal ostenta (opinião pessoal). Expectativas semelhantes para o Guadiana. Qual surpresa, um barco em tudo diferente da do Douro, e, ainda mais, turistas consideravelmente diferentes. Algumas (muitas) horas de música Pimba em grande, em decibéis audíveis em qualquer recanto do rio, bailarico para o "povo", apenas com interrupção para almoço dos músicos. Qual cabeça a minha a implodir para não explodir. E a paisagem que nem sequer é nada que me encante.

Na viagem de regresso, subimos ao leme, o capitão do barco meteu conversa e o comandante foi atrás. Ouvimos uma vida de histórias, partilhei viagens na costa africana. Regressei (com a música no convés sempre presente) a desfrutar da brisa do rio e a ouvir a simplicidade de gente do mar. No meio da conversa diz o capitão: "Hoje já ninguém fala de boca, de coração."

Foi um dia ganho, afinal. Sou urbana mas aprecio a sabedoria popular, a sabedoria da vida. Aprende-se muito com quem já viveu muito. Aprende-se com quem viveu longe da cidade, porque na cidade as tentações de aprender pouco são sempre muitas.