quarta-feira, agosto 11, 2010

Inception...


Gosto deste bafo. Não é um bafo africano, do que se inspira à saída do avião e que penetra os alvéolos sem pedir permissão e que chega a ser estonteante. Acho que é o bafo, que ,desde o primeiro instante, nos cativa...
Tenho saudades de partir, rumo ao sol, às terras vermelhas, que prendem o olhar sem nenhuma razão especial, comunicam com o coração sem que o filtro do racional tenha tempo de actuar. É talvez o calor estonteante, diferente deste, é húmido, por isso escorrega entre os poros. Arrisco-me a dizer que toca a alma.

Não sei ao certo se volto a esta praia, se volto ao paraíso, nem tão pouco estou certa de querer voltar. À terra do bafo sim. Quero. Mas a bola de cristal hibernou nas quatro estações e não sei quando volta a funcionar.


Gostava de saber velejar, não é um bicho, não daqueles tipo larva que se procria (no calor húmido) e se infiltra, e não há como arrancá-la do corpo, a não ser com uma cirurgia de grande porte, arriscada. Não vale o esforço, afinal é uma infecção à qual sobrevivo sem antibióticos, talvez com audácia, sorte, coragem e determinação. Mas velejar é bom, ao sabor do vento, em mar alto, numa ondulação qb, porque o equilíbrio na vida é fundamental.

Gostava de ter certezas do que quero para o que aí vem. Ou melhor, não gostava, talvez convicções. Mas as convicções, por seu lado, podem trazer extractivas acopladas e a gestão de expectativas não é uma coisa fácil. E o que aí vem?

Em tempos de tempestade não se tomam decisões. Algo assim. Em tempo de bonança, extrema calmia, não serão as decisões também arriscadas?

Sinto falta de uma certa adrenalina, chamam-lhe stress... eu digo que é da vida preenchida, cheia de planos, sonhos e tarefas/objectivos. Mas não quero acelerar o tempo, que o 'dolce fare niente' é também uma aprendizagem de vida, até porque lá o 'dolce fare niente' tem alturas em que domina, por força das circunstâncias ou até do "bicho humano".

Devia ler muito, organizar coisas... devia, devia. Mas não me apetece. Talvez mergulhar... talvez apanhar o avião. Será que todos ansiamos o dia em que, movidos por um sentimento estranho, deixamos o carro estacionado e compramos um bilhete de avião só de ida, para sítio incerto?


Hoje não é o dia,
ainda...


PS: Porque implantei a mim mesma uma ideia. Eu?


2 comentários:

karu disse...

Andamos pensativas...?

palmo_e_meio disse...

Andamos com paciência para divagar ;)