Quando era adolescente ouvi uma frase que na altura me marcou e que escrevia em muitos bilhetinhos e mensagens de parabéns. Qualquer coisa deste género: "Há pessoas cometas e pessoas estrelas. As pessoas cometas passam pela nossa vida e vão-se embora sem deixar rasto, as pessoas estrelas aparecem para ficar. Tu és uma pessoa estrela."
Há uns dias disseram-me que "vivemos rodeados de espíritos e deuses, mais reais de carne e osso do que somos levados a supor".
Há, de facto, pessoas que passam por nós sem deixar marcas. O mais comum.
Há pessoas que passam e deixam marcas pequenas, boas e más, e que são contributos ao nosso crescimento, à aprendizagem constante inerente à relação com o outro. Bastantes.
Há ainda pessoas que, sem nos relacionarmos com elas, nos deixam uma qualquer mensagem ou lição. Muito poucas.
Depois há as pessoas que passam e deixam marcar grandes, também boas e más e que "partem" por circunstâncias diferentes da vida, ou porque surge uma afastamento temporo-espacial e o contacto se perde progressivamente, ou as afinidades mudam com o crescimento de cada um e um caminho mais divergente, ou há uma rotura por um qualquer motivo feliz ou triste... diferentes causas, diferentes situações. Estas pessoas são sempre recordadas e vão aumentando em número com a idade, simplesmente porque nos vamos continuamente cruzando com pessoas diferentes e gerando laços diferentes. Elas têm sempre um impacto em nós, às vezes maior do que possamos perceber.
Finalmente há as pessoas que ficam. Poucas, muito, muito poucas. E mesmo as que ficam partem sempre um dia. Estas são as pessoas que em dado momento das nossas vidas fazem muito sentido, pessoas com quem a sintonia é quase imediata, a nível pessoal, profissional ou no campo do lazer. Dentro destas pessoas há umas mais próximas e/ou íntimas do que outras, há relações diferentes, de contextos diferentes com níveis de partilha e cumplicidade também diferentes. Estas são as pessoas que nos "sustêm" no dia-a-dia, a médio e longo prazo.
Tenho falado acerca do futuro, porque são tempos de pensar no futuro. Tenho falado acerca de pessoas e pensado em pessoas. E olho para as pessoas mais velhas, familiares directos de quem sou mais próxima, e percebo o quanto as relações mudam, o quanto "se afunilam". É assustador. Já tinha percebido há muito tempo que a certa altura (que é agora) temos que "seleccionar" pessoas, "investir" numas mais do que noutras, friamente escolher com quem me relacionar e em quem apostar. E neste processo de selecção mais ou menos natural, de acordo com as tais circunstâncias da vida, proximidade física, afinidades, vamos deixando pessoas para trás, porque é impossível manter todas com o mesmo grau de proximidade afectiva. E não quer dizer que não recuperemos pessoas, que não nos afastemos e aproximemos depois ,e vice-versa, mas vivemos constantemente uma espécie de jogo inconsciente de "apostas".
Ainda assim, assusta-me imaginar-me daqui a uns anos com 1/3 ou menos das relações que mantenho agora, até porque me apercebo de uma tendência natural de quem se casa relacionar-se com quem é casado e de quem permanece solteiro relacionar-se maioritariamente com outros da sua condição. E sei que nem todos os meus amigos casam, nem todos ficam solteiros e a perspectiva de me afastar naturalmente de quem é mais próximo agora inquieta-me ligeiramente.
Mesmo assim é muito bonito e gratificante investir, mimar e tentar ir estando presente na vida de algumas pessoas. É difícil principalidade quando a distância física se impõe, mas é bem possível "roubar" tempo ao dia para os amigos. Às vezes desistimos porque é demasiadas vezes unilateral ou deixa de fazer sentido. Tem que sem uma aposta a dois, sentido a dois, e quando percebemos que parte já só de nós, ou tentamos uma outra abordagem ou aceitamos serenamente que a pessoa vai também "partir" (ainda que possa voltar).
Há uns dias disseram-me que "vivemos rodeados de espíritos e deuses, mais reais de carne e osso do que somos levados a supor".
Há, de facto, pessoas que passam por nós sem deixar marcas. O mais comum.
Há pessoas que passam e deixam marcas pequenas, boas e más, e que são contributos ao nosso crescimento, à aprendizagem constante inerente à relação com o outro. Bastantes.
Há ainda pessoas que, sem nos relacionarmos com elas, nos deixam uma qualquer mensagem ou lição. Muito poucas.
Depois há as pessoas que passam e deixam marcar grandes, também boas e más e que "partem" por circunstâncias diferentes da vida, ou porque surge uma afastamento temporo-espacial e o contacto se perde progressivamente, ou as afinidades mudam com o crescimento de cada um e um caminho mais divergente, ou há uma rotura por um qualquer motivo feliz ou triste... diferentes causas, diferentes situações. Estas pessoas são sempre recordadas e vão aumentando em número com a idade, simplesmente porque nos vamos continuamente cruzando com pessoas diferentes e gerando laços diferentes. Elas têm sempre um impacto em nós, às vezes maior do que possamos perceber.
Finalmente há as pessoas que ficam. Poucas, muito, muito poucas. E mesmo as que ficam partem sempre um dia. Estas são as pessoas que em dado momento das nossas vidas fazem muito sentido, pessoas com quem a sintonia é quase imediata, a nível pessoal, profissional ou no campo do lazer. Dentro destas pessoas há umas mais próximas e/ou íntimas do que outras, há relações diferentes, de contextos diferentes com níveis de partilha e cumplicidade também diferentes. Estas são as pessoas que nos "sustêm" no dia-a-dia, a médio e longo prazo.
Tenho falado acerca do futuro, porque são tempos de pensar no futuro. Tenho falado acerca de pessoas e pensado em pessoas. E olho para as pessoas mais velhas, familiares directos de quem sou mais próxima, e percebo o quanto as relações mudam, o quanto "se afunilam". É assustador. Já tinha percebido há muito tempo que a certa altura (que é agora) temos que "seleccionar" pessoas, "investir" numas mais do que noutras, friamente escolher com quem me relacionar e em quem apostar. E neste processo de selecção mais ou menos natural, de acordo com as tais circunstâncias da vida, proximidade física, afinidades, vamos deixando pessoas para trás, porque é impossível manter todas com o mesmo grau de proximidade afectiva. E não quer dizer que não recuperemos pessoas, que não nos afastemos e aproximemos depois ,e vice-versa, mas vivemos constantemente uma espécie de jogo inconsciente de "apostas".
Ainda assim, assusta-me imaginar-me daqui a uns anos com 1/3 ou menos das relações que mantenho agora, até porque me apercebo de uma tendência natural de quem se casa relacionar-se com quem é casado e de quem permanece solteiro relacionar-se maioritariamente com outros da sua condição. E sei que nem todos os meus amigos casam, nem todos ficam solteiros e a perspectiva de me afastar naturalmente de quem é mais próximo agora inquieta-me ligeiramente.
Mesmo assim é muito bonito e gratificante investir, mimar e tentar ir estando presente na vida de algumas pessoas. É difícil principalidade quando a distância física se impõe, mas é bem possível "roubar" tempo ao dia para os amigos. Às vezes desistimos porque é demasiadas vezes unilateral ou deixa de fazer sentido. Tem que sem uma aposta a dois, sentido a dois, e quando percebemos que parte já só de nós, ou tentamos uma outra abordagem ou aceitamos serenamente que a pessoa vai também "partir" (ainda que possa voltar).
1 comentário:
Bem, conseguiste por um palavras alguns dos pensamentos que me andavam a ocupar há muito tempo.. Incrível..
Gostei mesmo do texto!
Beijinhos
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