sábado, outubro 04, 2008

simplicidades...




Desde pequena que me lembro de ir à feira de S.Francisco.
Quando era pequena, "era uma seca" a noite de de 3 para 4 de Outubro, véspera de S. Francisco. Só havia tractores e burros para troca. Muitas pessoas e copos de vinho nas mãos de muitos homens, que vinham de um dia de trabalho nas vindimas ou na apanha da maçã.
Já há alguns anos que lá não ia. Cresci. Ontem, mal cheguei, fui com a família ao São Francisco. Já está frio por estas bandas. Tivemos que esperar um pouco, até que algumas pessoas libertassem uma mesa, mas como sempre em meios pequenos, havia vários amigos dos pais com mesa para partilhar.
Carne à venda em talhos ambulantes. Tendas cheias de fumo, dos grelhadores a carvão, onde, à vez, cada conjunto de pessoas põe as suas febras, tiras, entrecosto e costoletas... A senhora que traz o trigo. O jarro de vinho cheio. O caldo verde para terminar. Conversa entre os dentes a tilintar.


Sábado cedo. Visto mais uma camisola, porque continua fresco. O sol bate na vinha, aquela onde vou desde que nasci. Da avó ao neto mais novo, valada a valada, a pares, cortamos só o branco, deixamos o podre, a ramada, as folhas. Primeiro 19 baldes (dos grandes), depois, já na outra vinha, mais uns quantos.
Da vinha para o tractor, e daí para o lagar. Agora já não são 15 homens que durante a noite pisam as uvas; há uma máquina que em pouco tempo as tritura. Depois há que prensá-las, com a força de 4 braços, e recolher o futuro "vinho de bica aberta", com bombas modernas, para ser transfrido para as cubas, que substituiram as velhas pipas de madeira...


E tudo o tempo ainda não levou...




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