O telefonema. Não me aliviou a alma, não descobri nada de novo, mas partilhei e ouvi. Tem sempre palavras sábias, sinceras. Sabe bem o que diz porque já pensou muito (e bem)... Cautelosa, atenta, amiga. Tem noção do que é a vida e de como as pessoas comuns a vivem. Não tenho medo de falar o que sinto, o que penso, ou até o que não penso, mas sinto só no imediato. Deixou-me inquieta. O telefonema. Porque o futuro não passou, mas vai acontecer. E não é o fim, é o princípio. E ela sabe. E eu percebi. Faz crescer por dentro.
E não sei ao certo nada dela. Nem sei como posso fazê-la mais feliz, mimá-la também. Queria poder ser também mais próxima, dar mais e receber menos. Recebo sempre. Construo pouco.
Fim do telefonema. O bloco. "Vem aí um senhor para suturar. Bora?" Sim. Houve uma altura em que ela também não sabia. Sabia pouco. Sei pouco. Mas ela agora sabe bem aquilo que faz. Faz com cuidado. Profissionalismo. Bom senso. Respeito. Boa! Agora já sabes. E sei mais um pouco. E sou capaz de aprender também.
Fim de bloco. A sala. "Vocês têm aqui uma mulher do norte? No interior do país, a norte, não há consciência moral!" Ela não sabe que eu sou do interior do país, a norte. Não sabe que é na cidade que não há consciência moral. Silêncio. Escuto. Ela não sabe porque ela nunca viveu o outro lado do país. Passou que nem viajante. Não censuro.
Ela, ela e ela...
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