segunda-feira, junho 22, 2009

maturação...

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Pediram-me para "dar uma entrevista". Para falar dos meus projectos ao longo do curso e da minha tese de mestrado. Não gosto de entrevistas nem de exposições públicas. Gosto do anonimato. Gosto muito do anonimato perante os que não conheço. Por outro lado, gosto de ser reconhecida pelos próximos, pelos que me dizem respeito. Acho que todos gostamos de ser reconhecidos pelas pessoas de quem gostamos.

Mas, mais do que isso, está em causa o que é normalmente evidenciado e enaltecido por outros. "É fantástico ir para África e abdicar das férias de Verão para ajudar outros", "Admiro a tua capacidade de ir assim lá para fora", "É de grande humanidade e solidariedade" ou então, relativamente ao meu bom resultado na tese: "É extraordinário! É de louvar".
Ora... "balelas"! Digo eu!!


Extraordinário é eu ter tido boas experiências, ter conhecido pessoas de quem gosto muito, com quem aprendi muito e continuo a aprender, pessoas que me ajudam a ser uma pessoa melhor, que me fazem feliz.
Fantástico é eu ter conhecido outras realidades, dificuldades na vida dos outros que me fazem agradecer a minha.
De louvar é a oportunidade que eu tive de poder fazer uma tese diferente do comum, de aprender com ela, de poder escrever sobre uma coisa que gosto e é importante para mim.


O humanismo e a solidariedade fazem-se aqui e vêem-se por cá, nas coisas simples e concretas. Umas semanas no ano a ser voluntário não custam nada... até nos realizam.
Até porque há muito 'boa gente' que integra projectos solidários e consegue bons resultados e isso não se traduz linearmente no que a pessoa é enquanto pessoa.

Irrita-me o culto da imagem, embora perceba, às vezes, enquanto "mal necessário" para a motivação de outros. Mas o que há de grande nas pessoas não se mostra em meia dúzia de linhas e imagens.
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