sexta-feira, janeiro 06, 2012

quero perder-me no livro do desassossego...





Hoje foi a última reunião do meu (ex)diretor de serviço. 43 anos naquele hospital. Eu nunca vou estar 40 anos num hospital, provavelmente nem 20... As circunstâncias da vida mudaram. As histórias que ouvimos no nosso passado recente não serão mais as nossas. A sociedade optou pela globalização. Com tudo o que isso traz de bom e de mau. As pessoas adaptam-se. O ser humano é um ser (fantástico) de hábitos. O meu (ex)diretor dizia: " Se eu não acreditar nos homens vou acreditar em quê, em quem...?". Eu também acredito na humanidade e nas leis de Darwin que sempre souberam optar pelo melhor, mesmo não sendo essa a perceção geral...


Crescer não é deixar de ter tempo, é definir prioridades para o tempo que se tem. Na reunião de despedida estavam alunos do 1º ano, uma década mais novos. Partilhei: "Não queria nada ser outra vez aluna do 1º ano". Não tenho saudades do que vivi. Recordo com alegria e tenho, por vezes, uma certa vontade de voltar a sentir o que já senti... mas noutras circunstâncias, as do agora, de quem gere o tempo do não hospital em tempo de relações, de lazer, de cirurgia em casa...


Suspiro na ânsia do ser, querer e poder. Inquieto-me com o Homem, sonho em partir, desejo ser parte de coisas boas, lamento o não chegar a tudo e reajo.

Gosto da insustentável leveza do ser...

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