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segunda-feira, março 10, 2014

ad continuum...


Gosto de estudar. Gosto de aprender e assimilar conhecimento.
Gosto de chegar ao hospital e pôr em prática o que leio.
Gosto de discutir e de ser confrontada a saber mais.
Ando à volta dos livros... e gosto.

quarta-feira, fevereiro 05, 2014

des(ilusões)...



O sitio onde eu trabalho tinha fama de ser “a escola de Lisboa”...
Quando pude escolher o sítio onde iria formar-me e trabalhar durante 6 anos ponderei vários factores: qualidade da formação, diferenciação, carga horária… aquilo que procurava ser o melhor equilíbrio entre a qualidade profissional e pessoal.
Mas ao que parece escola está a perder qualidades de ensino.
Não sei se é fruto dos tempos ou se são os tempos fruto das pessoas...
Os senhores do topo da pirâmide têm como preocupação major a contenção de custos.
Os senhores do 2º patamar viveram um tempo tão diferente do nosso que as lentes que lhes puseram há 20 anos atrás desfocam a realidade de hoje.
O patamar antes do meu  está demasiado centrado em preservar a sua zona de conforto, assente na comodidade do 'meio da vida', que não quer ficar para trás, mas sem fazer qualquer esforço para ser motor de progresso.

Sobra a  base da pirâmide. Entre a impotência do ser o elo mais fraco e a total dependência no aprender, sentimo-nos de mãos semi-atadas..

É frustrante perceber as qualidades humanas que de desperdiçam por interesses desajustados.
Sinto que a "minha escola" corre o risco de definhar e não sei bem se vou ser arrastada nisso ou remar contra a maré...

sábado, fevereiro 02, 2013

fenómenos...


Constatei que há dois fenómenos (que considero interligados entre si) que acontecem com o processo natural de crescimento-'responsabilização'-envelhecimento.


O primeiro é a nossa capacidade de adaptação às diferentes situações da vida, sejam elas favoráveis ou não, agradáveis ou não, simplesmente mudanças mais ou menos inesperadas. Na linha que separa (ou une) a resiliência da acomodação, vamo-nos gradualmente 'moldando' às adversidades, contrariedades, até atingirmos uma espécie de equilíbrio mental ou paz interior - até nos sentirmos (razoavelmente) bem conosco e com o nosso 'habitat'.
Vejamos o momento em que vivemos - temos toda uma sociedade a adaptar-se à chamada "crise". Não esquecendo as dificuldades e precariedade que algumas pessoas vivem, há uma atitude de mudança e adaptação global. As pessoas aprendem a viver com ordenados mais baixos, a centrar-se no essencial e desprender-se do mais supérfulo. Reinventam-se e constroem-se ideias numa explosão de criatividade e originalidade.
E este fenómeno acontece nas 'grandes crises' como nas pequenas, as do dia-a-dia, de casa, do trabalho, das relações.


O segundo fenómeno prende-se com um processo errático de interiorização do padrão de normalidade.
A título de exemplo: Qualquer ser humano sensato considera que trabalhar 24h seguidas ou 24h+8h ou 24h+12h (...) é absurdo (por razões várias que não preciso explicar). E quando eu era estudante também achava isso absurdo.... e quando comecei a trabalhar achava absurdo mas comecei a fazer o mesmo porque "tinha que ser", e se os mais velhos e os meus pares também faziam... agora dou por mim a achar isto normal, já não é absurdo, é assim mesmo! E quem chega de novo e não quer ser sujeito a este desgaste só pode estar na profissão errada...
É esta distorção dos padrões de referência, da normalidade, que vai acontecendo ao longo do tempo, como resultado da tal "adaptação ao meio ambiente".
E, às vezes, acontece-me já não saber o que normal ou 'aberração'...

quinta-feira, novembro 01, 2012

human invisible project...


A vulnerabilidade do ser humano consegue estar ao nível da sua capacidade de resistência (psíquica e física) e resiliência.

O corpo humano, numa situação de degradação crónica, vai até ao limite. Como médica vejo os doentes a aguentar.. aguentar.. resistem.. reesitem e, alguns, ficam.
O mandamento de Darwin prevalece no tempo. Os mais fortes vingam.

Mas a fraqueza humana, traduzida numa fragibilidade particular no reino animal (inerente ao que eu gosto de chamar de alma - só nossa) vai sempre abalar a natureza da humanidade.
O homem é um ser extraordinário. Só pode ter sido feito à imagem e semelhança de Deus!

Porque por mais que estudemos, que investiguemos, e façamos grandes descobertas... não alcançamos o mistério da vida e da morte nem a percepção da mente e do corpo no seu limite.
O homem é um ser maravilhoso, de facto.

domingo, junho 27, 2010

lost in translation...


No dia 1 de Maio comecei um novo estágio. Medicina Interna (os alicerces da medicina).
Eu sabia que podia gostar. Sabia que podia aprender muito, depois de pouco ter aprendido no mesmo estágio do ano passado, mas depois também de muito ter estudado desde então.
As expectativas (acho) eram comedidas... sedimentar e organizar alguns conhecimentos teóricos, organizar mentalmente uma série de informação, adquirir outra. Aprender a ser (jovem) médica e sentir-me capaz, produtiva, útil.
Tenho em mente que médico que seja verdadeiro médico gosta de medicina interna. E tenho a convicção que todos temos que saber "um pouco" de medicina interna, que é a base, é essencial ao bom profissional.
Não aspirava, antes do estágio, a ser internista. Não sou apaixonada. É preciso sermos apaixonados por isto para sermos bons (?!) Não tenho vocação/perfil/jeito/capacidades!
Já sabia isto, ainda assim dispus-me (contente) a aprender.
Tive azar? A minha tutora é má, má é a palavra certa. Não aprendo com ela, porque ela não se dispõe a ensinar-me, nem facilita a que aprenda com outros, aliás, dificulta. No meu dia-a-dia na enfermaria vou sentindo em crescendo incapacidade e frustração.
Teria como alternativa (?) o serviço de urgência... mas não há orientação de internos do ano comum, não na minha equipa. Em vários bancos que fiz, apenas em 2 me senti/fui capaz de (sozinha) orientar doentes. Porque não tenho uma medicina tutelada, mas sim observacional e, nesta altura do campeonato, isso já não basta... é preciso puxar mais por mim. (Eu preciso puxar mais por mim?)
E sinto-me a perder o comboio... que continua a passar e não há maneira de eu entrar nele.
Eu trato sempre bem os doentes, sou atenta e humana, mas não sinto brio no que faço, não me preocupo como deveria. Faço o meu papel, mas não sei o que faço para além dos mínimos e sei que deveria fazer os máximos. Tentar, pelo menos. Esforço-me pouco e não me apetece, não gosto. Ser ou não ser (médica), eis a questão...

E não é um drama para mim pensar que o caminho pode não ser este. É drama sim pensar que posso vir a ser má profissional, isso não posso nem quero permitir! E por isso urge (mas não emerge) pensar/discernir o que me motiva e onde posso ser boa e agir por bem.

Prognóstico: Sobrevive-se bem... (em tempos de desolação, já se sabe...)

Plano: Ser mais pró-activa. Acção-reacção.

quinta-feira, fevereiro 28, 2008

match point...



Dispensa comentários..

Obrigada H.


sexta-feira, dezembro 07, 2007

batalhas...










Não costumo encontrar muita gente conhecida no hospital ou faculdade (onde já quase não vou), que não sejam do meu ano. Curisoso, esta semana encontrei duas amigas, alunas de Medicina de anos abaixo do meu. O curioso não é tê-las encontrado, é, no meio da conversa trivial, ambas me dizerem qualquer coisa do género: "Por acaso andava para falar contigo, para te perguntar uma coisa", ou "Hoje de manhã lembrei-me que eras a pessoa certa para eu falar.." ou ainda " A minha irmã disse-me para vir falar contigo"... Tudo porque a mais nova está com os primeiros flashes de desespero do 2º ano de Medicina (que eu já vivi tão bem ou tão mal) e a mais velha enfrenta a crise de "ignorância clínica e diagnóstica" (sensação essa que continuo a viver tão bem ou tão mal).


Vinha então a caminho de casa a pensar que às vezes, mesmo tendo maus exemplos para mostrar e partilhar, podemos ir "ajudando" as pessoas que passam por conflitos interiores semelhantes. Não sei se é a sensação de "alívio" por não nos sentirmos "sozinhos" e "únicos" nesta caminhada, que pessoalmente não tem sido fácil, ou simplemente a procura de respostas e soluções... Mas, por momentos, palavras como "Não te preocupes, o cenário não é assim tão negro", "Tudo se faz", "No final apercebemo-nos que já aprendemos qualquer coisa", "Quando chegarmos ao 6º ano tudo há-de encaixar", etc... dão-nos algum conforto, ânimo e esperança.
É possível... "E como diria o Pe. Vasco, "Não há soluções, há caminhos.."

domingo, janeiro 28, 2007

no coments...

Qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência!!