terça-feira, novembro 12, 2013

estados...










pre·gui·ça

 

(latim pigritia-aelentidãovagarpreguiça)
substantivo feminino
1. Propensão para não trabalhar. = MANDRIICEÓCIOVADIAGEM
2. Demora ou lentidão em agir. = VAGAR
3. Gosto de estar na camade se levantar tarde.


Não sou mandriona, tão pouco vadia.
Não costumo demorar a agir.
Gosto de estar na cama q.b.

Tenho preguiça em começar a fazer a mala.
Tenho preguiça em me deslocar para nadar.
Tenho preguiça de vir aqui escrever.

Quando acabo de fazer a mala é uma óptima sensação.
Quando vou nadar sinto-me revitalizada.
Quando escrevo sinto-me mais eu.

Se isto não é preguiça como se chama?





sábado, junho 01, 2013

exciting...

terça-feira, maio 14, 2013

flash...


Gosto de rever fotografias. De certo modo revivo as viagens, as sensações, os entusiasmos.
Tenho dificuldade em reter as más sensações. Entram num universo da mente, numa espécie de sótão arrumado em caixotes. Se abro um caixote rio-me e simplesmente sei que não vou querer voltar a abri-lo, mas gosto que ele ali esteja. Numa memória encriptada, cada vez mais, à medida que o tempo passa.
As fotografias não são mais que o nosso auxiliar de memória visual e do coração. Ver uma foto não chega. É preciso perceber a história que está ali registada.
Os bons fotógrafos conseguem levar-nos para dentro da fotografia sem termos lá estado.
É isso.


segunda-feira, maio 13, 2013

memória sensorial...



Foi só há uns dias, mas não me lembro onde ouvi ou se li... não está ipsis verbis:
"O nosso Deus é sério, não ri. O Buda é descontraído, ri connosco...." (prolongou-se)
O Buda é gordo, é deitado, é sem cabeça. Na verdade o Buda tem muitos mais "rostos" que o "nosso Deus".
Na verdade em terras de Buda senti-me "zen".

quarta-feira, março 20, 2013

"trialidade"...


vivo na busca inquietante deste equilíbrio...



A família: sempre. Já o disse. Repito. A família é amizade, formação, suporte, sustento.
Muitos. Gosto que sejamos muitos.

O trabalho é realização, desafio, intervenção, vivência em sociedade.
Faço o que gosto. Muito. 

O lazer são amigos, é sol,  ar puro, energia, regozijo, rejuvenescimento, enriquecimento.
Gosto de ter muitos (e bons) e amigos. E de gostar de fazer várias coisas com eles.

A gestão do tempo a distribuir a cada qual é fonte de conflito, de dúvida e ansiedade. A gestão de laços, afetos, pessoas, prioridades é, simplesmente, inquietante.


terça-feira, fevereiro 19, 2013

é isto...

sábado, fevereiro 02, 2013

fenómenos...


Constatei que há dois fenómenos (que considero interligados entre si) que acontecem com o processo natural de crescimento-'responsabilização'-envelhecimento.


O primeiro é a nossa capacidade de adaptação às diferentes situações da vida, sejam elas favoráveis ou não, agradáveis ou não, simplesmente mudanças mais ou menos inesperadas. Na linha que separa (ou une) a resiliência da acomodação, vamo-nos gradualmente 'moldando' às adversidades, contrariedades, até atingirmos uma espécie de equilíbrio mental ou paz interior - até nos sentirmos (razoavelmente) bem conosco e com o nosso 'habitat'.
Vejamos o momento em que vivemos - temos toda uma sociedade a adaptar-se à chamada "crise". Não esquecendo as dificuldades e precariedade que algumas pessoas vivem, há uma atitude de mudança e adaptação global. As pessoas aprendem a viver com ordenados mais baixos, a centrar-se no essencial e desprender-se do mais supérfulo. Reinventam-se e constroem-se ideias numa explosão de criatividade e originalidade.
E este fenómeno acontece nas 'grandes crises' como nas pequenas, as do dia-a-dia, de casa, do trabalho, das relações.


O segundo fenómeno prende-se com um processo errático de interiorização do padrão de normalidade.
A título de exemplo: Qualquer ser humano sensato considera que trabalhar 24h seguidas ou 24h+8h ou 24h+12h (...) é absurdo (por razões várias que não preciso explicar). E quando eu era estudante também achava isso absurdo.... e quando comecei a trabalhar achava absurdo mas comecei a fazer o mesmo porque "tinha que ser", e se os mais velhos e os meus pares também faziam... agora dou por mim a achar isto normal, já não é absurdo, é assim mesmo! E quem chega de novo e não quer ser sujeito a este desgaste só pode estar na profissão errada...
É esta distorção dos padrões de referência, da normalidade, que vai acontecendo ao longo do tempo, como resultado da tal "adaptação ao meio ambiente".
E, às vezes, acontece-me já não saber o que normal ou 'aberração'...

sexta-feira, janeiro 18, 2013

racionalizar...


Não tenho jeito para fotografia.
Tenho a mania que sei cantar.
Não sei estar sempre impecável.
Não sou assim tão organizada, pragmática ou metódica.
Não tenho aquela resistência física toda. 
Tenho muitas dúvidas.
Em casa tenho repetidas vezes mau feitio.
Não sei letras de músicas nem quem as canta.
Não me empenho como às vezes faço parecer.
Sou chata.
Não cumpro parte das coisas a que me comprometo.

É isto. E mais ainda...

volatilidade...


Se Deus não existe como posso explicar o mistério do amor? 

Como posso compreender a evolução do homem? Como é que de um universo que ninguém compreende, nasce uma insignificância tal, de nome Terra, onde seres humanos constroem uma história que não podemos sequer aspirar a conhecer. Conjecturamos boa parte da humanidade. Tiramos ilações do que lemos de alguém que escreveu motivado por sentimentos que desconhecemos. Desenhos do passado com o traço subjectivo do pintor inspirado pelo que a alma capta com o olhar.
Eu compreendo a matemática se a estudar e praticar. Mas por mais que eu leia, eu veja, eu procure.. nem eu nem ninguém compreenderá o mistério da vida, da ciência, do homem. 

A História fascina-me.
O homem também. Longe de mim estudar psicologia, filosofia, sociologia.

O sofrimento, as catástrofes, o mal (que em si mesmo e sozinho nada faz), o ódio, a vingança, o calculismo egoísta e a manipulação, o extremismo religioso.
O amor, a generosidade, os sorrisos, os milagres, a felicidade, as relações.

Não falo de Deus. Apenas da minha incapacidade na compreensão do homem, que de tão complexo que é e neste universo tão enovelado, só pode ter sido uma ideia de Deus.

terça-feira, janeiro 01, 2013

and again and again...


Receita de ano novo 

Para você ganhar belíssimo Ano Novo 
cor do arco-íris, ou da cor da sua paz, 
Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido 
(mal vivido talvez ou sem sentido) 
para você ganhar um ano 
não apenas pintado de novo, remendado às carreiras, 
mas novo nas sementinhas do vir-a-ser; 
novo 
até no coração das coisas menos percebidas 
(a começar pelo seu interior) 
novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota, 
mas com ele se come, se passeia,~
se ama, se compreende, se trabalha, 
você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita, 
não precisa expedir nem receber mensagens 
(planta recebe mensagens? passa telegramas?) 

Não precisa 
fazer lista de boas intenções para arquivá-las na gaveta. 
Não precisa chorar arrependido 
pelas besteiras consumadas 
nem parvamente acreditar 
que por decreto de esperança 
a partir de janeiro as coisas mudem 
e seja tudo claridade, recompensa, 
justiça entre os homens e as nações, 
liberdade com cheiro e gosto de pão matinal, 
direitos respeitados, começando 
pelo direito augusto de viver. 

Para ganhar um Ano Novo 
que mereça este nome, 
você, meu caro, tem de merecê-lo, 
tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, 
mas tente, experimente, consciente. 
É dentro de você que o Ano Novo 
cochila e espera desde sempre. 

 Carlos Drummond de Andrade