sexta-feira, novembro 01, 2024

Manifesto dos 40 - para os meus filhos

 


(...) A vida tem sido muito boa para mim. E, nas minhas questões existenciais e de fé, pergunto-me (sem resposta) porque é que a vida é tão assimétrica e desigual. E eu já levo 40 anos de gratidão, estes já ninguém me tira e só desejo para vocês uma vida boa como a minha.

Sou muito agradecida por ter nascido em Portugal, um país sem guerra, em democracia, onde há saúde e educação, onde há água e sol.

Sou muito agradecida por ser filha dos avós, que me educaram com amor, com valores, com limites, com regras, com exemplo de serviço ao outro, à comunidade, com liberdade e responsabilidade, com primazia nas relações, que acolheram os meus amigos, que me e nos acolhem sempre, que abdicaram tantas vezes de si para nós, que me proporcionaram estudar fora e crescer, viajar e arriscar, mesmo sentindo o medo da perda. A avó é um ser humano e uma mulher incrível, provavelmente a quem devo uma grande parte do que sou, pela conduta e exemplo que me transmitiu sempre.

Sou especialmente agradecida pela tia, pela relação que temos e criámos, pela irmandade inabalável, a amizade, o colo, o que aprendemos e crescemos uma com a outra, pelo confronto quando é necessário, pela entrega totalmente altruísta para comigo e com vocês, que eu espero ser capaz de retribuir sempre.

Sou muito agradecida pela bisavó Beatriz, que espero que as meninas ainda guardem memórias dela, pelo exemplo de vida, a generosidade, a resiliência, as marcas que nem sei quantificar que deixou em mim e os ensinamentos para a vida.  

Sou tão agradecida pelas minhas tias e meus primos, que formam um clã que é porto seguro e suporte, e pela família mais alargada, sempre disponível nos momentos importantes e que cuida pelo valor dos laços.

Sou agradecida pelos amigos que fiz e mantenho, pela rede que é quase uma teia a que me sinto ligada. É tão bom ter bons laços de amizade, a “família que escolhemos”.

Sou agradecida pelo vosso pai, pelos anos que fomos felizes juntos, pela família a que pertence e me acolheu sempre bem e pelos frutos maravilhosos que são vocês.

Sou agradecida pelo trabalho que faço, porque faço o que gosto e com quem gosto, pelas oportunidades que tive e soube agarrar, a sorte no caminho, as pessoas com quem me cruzei.

Sou agradecida pelo conforto da vida, pelas viagens que faço e os prazeres a que me posso permitir. Agradecida por conhecer mundo e pessoas do mundo, que me abre horizontes, que desperta em mim o acolhimento e a compaixão, sem me afastar da minha conduta de integridade e princípios.

 

Na véspera dos meus 40 fui pensando no que vos queria transmitir. Ainda não tinham nascido e ouvi um casal amigo com 8 filhos dizer que todos os dias pedia a Deus para que os filhos fossem “sempre bem-intencionados”. E desde então que penso isso também. Acho que os meus maiores medos na vida são a perda de um de vocês e que vocês não sejam bem formados, bem-intencionados e amigos uns dos outros.

(...) Procurem sempre ser alegres, ver o lado bom da vida, o “copo meio cheio”, sejam optimistas. As atitudes positivas elevam-nos. Sejam pacientes, não guardem rancor nem amargura, que isso destrói a alegria de viver.  Sejam gentis, bem-educados, sorriam, tentem o mais possível pôr-se no lugar do outro, treinem a empatia e a compaixão. Isto é um exercício permanente. Lembrem-se sempre que devemos tratar o outro como merece ser tratado e não como nós gostaríamos que nos tratassem.

Treinem a comunicação, digam o que sentem, mesmo que vos possa causar desconforto. Não mintam, lembrem-se que a mentira é, de tudo, o que dói mais (livro da infância). Não se fechem no silêncio e no faz de conta, sejam frontais, não escondam, sejam assertivos, mas com cuidado na forma e na linguagem, sem magoar. Combatam o egoísmo e o egocentrismo.

Como aprendi de São Paulo, “tudo te é permitido, mas nem tudo te convém”. Nem tudo o que nos apetece é o que nos faz bem, aprendam a perceber o que é melhor para vocês a médio e longo prazo. E a vossa avó ensinou-me desde cedo que há um tempo para tudo. E às vezes temos ânsias de fazer tudo antes do tempo, outras não vivemos as coisas no tempo certo.

Nunca se arrependam de fazer o bem (dito que herdei da vossa bisavó Beatriz), mesmo sabendo que a vida não é justa. E tem sempre muitas perguntas e poucas respostas. Aprender a viver é saber aceitar as perguntas, sem “porquês” nem “para quês”, porque são tantas as vezes que não compreendemos.

Nós somos um somatório de genética, educação e meio ambiente. A genética e educação não escolhemos, podemos ter sorte ou não, o meio ambiente podemos ter uma palavra a dizer a partir de certa altura e em determinadas circunstâncias, pelo que, o que depende efetivamente de nós é uma ínfima parte e por ser tão ínfima vem de dentro de um lugar de segurança, de vontades, de princípios, valores e integridade.

“A vida é dura para quem é mole”, sejam resilientes, mas fazendo frente à indiferença. O sofrimento faz parte da vida e não há forma de o evitar ou abafar. Lutem apesar dele, a vida vai mostrando caminhos e oportunidades. Chorem também e não acumulem a raiva que as injustiças da vida vos façam sentir. Peçam ajuda, não sofram sozinhos.

Não absolutizem a vossa felicidade e razão de viver noutras pessoas. É certo que vivemos em família e em comunidade, e os laços são a nossa grande riqueza, mas não podemos dar os outros por garantidos nem absolutizar as pessoas da nossa vida. É talvez o exercício mais difícil, mas é um exercício importante ao longo da nossa vida adulta. 

Escolham bons amigos. “Diz-me com quem andas, dir-te-ei que és.” Escolham amigos que fazem de vocês melhores pessoas, que gostem de vocês de uma maneira desinteressada, que vos respeitem, mas também vos confrontem quando acham que estão a desviar-se do caminho do bem. Não procurem no outro apenas a validação, ouçam mais do que falam, aceitem a crítica construtiva e escutem o vosso silêncio. Nem sempre aquilo que precisamos de ouvir é o que queremos ouvir. Cultivem as amizades, mas aprendam também a estar com vocês mesmos.

E, o mais importante, sejam sempre irmãos amigos, com quem possam contar sempre, respeitem-se, combinem coisas, viajem, riam, façam surpresas, mas também chamadas de atenção quando for preciso. Elogiem-se, valorizem e critiquem também. Entreguem-se e deem colo, telefonem, ajudem-se. 

Agradeçam sempre, digam obrigado as vezes que forem necessárias.

 


terça-feira, julho 12, 2016

do Euro 2016...

Prometi à minha família mais fervorosa com o futebol que comprava uma t-shirt da Seleção de Portugal se fôssemos campeões.
Não prometi achando que não iria precisar de cumprir... Somos campeões! 

E pode soar a ridículo ou presunçoso mas acredito que somos campeões porque Deus assim quis. 
Não porque ache que os portugueses são melhores ou mereçam mais que as outras seleções, mas porque acredito que os portugueses precisavam de assimilar algumas coisas, que, se estiverem atentos, este campeonato lhes proporcinou. 
A começar pelo treinador, Fernando Santos, com os seus vários testemunhos.
União, força, determinação, coragem, persistência, humildade, perseverança, fé, tranquilidade, essencial. Etc.

Fernando Santos disse numa entrevista em Novembro de 2015:
"Nós muitas vezes pedimos aquilo que não é bom para nós. E não sabemos pedir."
Ter presente: pedir a Deus não x, não y, mas, com honestidade de coração, o que for melhor para nós. Ele sabe sempre. Mesmo que seja um empate, uma derrota, uma vitória penosa. Há-de ser o que nos aproximar mais dEle, o que nos aproximar mais do Outro e do bem.

Por isso vou comprar a t-shirt.
Porque a vitória de Portugal neste europeu já me aproximou um pouco mais de Deus.



sexta-feira, maio 13, 2016

rotinas...





uma oração por dia, não sabe o bem que lhe fazia...



quinta-feira, maio 12, 2016

epicrise...


1.juízo crítico e científico de uma doença e sua evolução
2.crise suplementar ou segunda crise que se segue à crise de uma doença"




Gosto de períodos de crise, da turbulência que provocam em mim. Gosto da inquietude ou inquietação, que me faz sair de mim, me desinstala e me ajuda a avançar.
Gosto de superar a minha inércia, a minha estagnação. E normalmente preciso de um abalo para que isso aconteça.
A sensação de não controlar o futuro, a percepção de que nem tudo depende de mim.. leva-me a procurar a aceitação, bem diferente da resignação. Impulsiona uma pró-actividade adormecida. 
Posso, pelo menos, mudar o que de mim depende. Isso posso. E por isso devo.
Recordar (sempre o recordar de trazer ao coração) que o melhor para mim pode não ser o óbvio, o desejado. Porque os desejos são perigosos. E confiar. Confiar. Mas tentando sempre ser "o mais".

 

quarta-feira, maio 11, 2016

insomnia...

missing home...

segunda-feira, abril 25, 2016

ENS...



Ele
Cuida, mima, bem-trata.
Tem brio profissional, competente, respeitador, bem formado, bem educado, pontual.
Não se perde em pormenores que não interessam.
Inteligente. Persistente.
Franco. Não tem medo de dizer o que pensa (às vezes até demais).
Tem grande liberdade interior, aceita desafios de pessoas em quem confia, mesmo não sendo algo que fizesse por iniciativa própria, à partida, mas que considera que possam vir a ser bons para ele e para as pessoas de quem gosta.
Ouve e reflete no que ouve.

Ela
Organizada, competente, com grande capacidade de trabalho quando quer.
Define objectivos para presente e futuro, o que nos complementa.
Afectiva. Grande capacidade de ligações humanas, de amizade e dedicação aos amigos.
Dá muita importância à família. 
Atenta.
Muito exigente consigo mesma e com os outros, às vezes demais, sofre com isso.
Perspicácia, inteligência.

quinta-feira, abril 21, 2016

coming back...?

abandonei há tanto tempo que já nem sei que diga, mesmo tendo tanto por dizer...



terça-feira, dezembro 02, 2014

sábado, novembro 22, 2014

anjos na parede...


O mar.
O calor.
O céu em tons de roxo.
A zebra da savana africana.
Em breve na nossa parede.




sexta-feira, novembro 07, 2014

resiliente...?




depois da bonança vem a tempestade?

quinta-feira, novembro 06, 2014

idiossincrasias...


Todos temos as nossas idiossincrasias.
Uns mais que outros.
Mais nuns lugares que noutros.
Ali era a savana.
Aqui é a verdadeira selva.

domingo, julho 27, 2014

getting used to...





cycling...

sábado, julho 26, 2014

plágio...


«Quero tudo novo de novo. Quero não sentir medo. Quero me entregar mais, me jogar mais, amar mais. Viajar até cansar. Quero sair pelo mundo. Quero fins de semana de praia. Aproveitar os amigos e abraçá-los mais. Quero ver mais filmes, ler mais. Sair mais. Quero não me atrasar tanto, nem me preocupar tanto. Quero morar sozinha, quero ter momentos de paz. Sorrir mais, chorar menos e ajudar mais. Quero ser feliz, quero sossego. Quero me olhar mais. Tomar mais sol e mais banho de chuva. Preciso me concentrar mais, delirar mais. Não quero esperar mais. Quero fazer mais, suar mais, cantar mais e mais. Quero conhecer mais pessoas. Quero olhar para frente. Quero pedir menos desculpas, sentir menos culpa. Quero mais chão, pouco vão e mais bolinhas de sabão. Quero ousar mais. Experimentar mais. Quero menos ‘mas’. Quero não sentir tanta saudade. Quero mais e tudo o mais. E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.»


FP(?)

sábado, julho 19, 2014

feijoeiro...




A capacidade de surpreender e de nos deixarmos surpreender.
A minha avó diz que "o mundo está perdido". Há quem contrarie esta tendência.
Dias bonitos. De pessoas bonitas.
Dias que fazem muito sentido. 
E que vão ficar na história.
Vocês também.


quarta-feira, julho 02, 2014

meu bem...


Tu lembraste. E fez (faz) tanto sentido!

sábado, maio 24, 2014

"eu não sei dizer"...



Eu Não Sei Dizer by Silence 4 on Grooveshark

O silencio, deixa-me ileso
E que importancia tem?
Se assim, tu ves em mim
Alguem melhor que alguem
Sei que minto, pois o que sinto
Nao é diferente de ti
Nao cedo, este segredo
E fragil e é meu
Eu nao sei...
Tanto, sobre tanta coisa
Que as vezes tenho medo
De dizer aquelas coisas
Que fazem chorar
Quem te disse, coisas tristes
Nao era igual a mim
Sim, eu sei, que choro
Mas eu posso, querer diferente pra ti
Eu nao sei...
Tanto, sobre tanta coisa
Que as vezes tenho medo
De dizer aquelas coisas
Que fazem chorar
E nao me perguntes nada
Eu nao sei dizer...

barómetro...


domingo, maio 11, 2014

das pequenas coisas...


Uma semana em minha casa e já têm pétalas a morrer..
Não me dou com plantas.
Digo que não gosto de flores. Mas talvez as flores não gostem de mim. Porque não as mimo.
Vou tentar esforçar-me com esta planta.
Como exercício de me esforçar com o que menos empatizo. 

quarta-feira, abril 30, 2014

do 25 de Abril...


Nasci há quase 30 anos.
A minha avó contava que as tias da Barroca coziam pão para oferecerem às pessoas que passavam fome. A (Bis)Avó Luzinha oferecia comida às pessoas da aldeia para terem algo que comer.
Lembro-me de não haver estradas no concelho e de demorar 9 horas a chegar a Lisboa.
Lembro-me de construírem uma casa-de-banho para o Sebastião (Deus o tenha...).
Lembro-me do levantamento de necessidades da câmara. Interminável.
Registo as histórias infinitas de miséria, miséria.

Não vejo, mas sei que há quem passe fome, há quem tenha muitas dificuldades, há quem sofra de um modo que não consigo calcular.

Os tempos de crise são cíclicos. São 'targets' de evolução.
Se estamos em crise? Talvez.
Se evoluímos desde há 40 anos. Indubitavelmente.

além tejo...





shuut...