segunda-feira, março 28, 2011

(des)norte...


Em 2003 ouvi de alguém uma partilha inspiradora.
Alguém que conseguiu pôr em palavras as inquietações da alma e que a acalmou, por sinal.


Encontrei esse alguém passados 8 anos.
E esse alguém age em total discordância com as palavras (sábias) de outrora.


Em tempos falava de dons ou da ausência deles. Falava de equilíbrio.


Hoje exibe dons que não tem.
Onde está o equilíbrio?

"Ironia"...?
Tento guardar a partilha como sendo "o certo", o 'olha para o que eu disse, não para o que eu faço'...

E prefiro manter-me sem dons...

sábado, março 26, 2011

feelings...


Há pessoas más. Impacientes. Intolerantes. Têm memória curta. Egoístas.
E que, ainda que tendo bons conhecimentos técnicos e científicos, por tudo isto e ainda algo mais, se tornam maus profissionais.

E eu não tenho que me habituar a isso. Não tenho que me acomodar. Não tenho que aceitar. Não tenho que pactuar, mesmo na minha posição de interna.

Ainda que não possa mudar o mundo, posso não me mudar a mim. Posso evitar ficar como eles. E posso influenciar positivamente quem me rodear para que façam a diferença.

Tenho dito.

sábado, março 12, 2011

"à rasca" II...



Hoje foi dia de manifestação desta geração não rasca, mas à rasca.

Eu tenho sorte. Não sou da geração da casa dos pais, mas sou da geração que herdou a boa vida (do esforço) dos pais.


E inquieta-me esta situação. Gostei de ouvir que somos todos responsáveis, que somos parte da solução, porque somos também nós parte do problema.
Não podemos exigir emprego para todos os licenciados. Não podemos exigir condições de trabalho sem estar dispostos a trabalhar e a trabalhar bem. Não podemos exigir os nossos direitos e esquecer-nos dos deveres.

Há um certo exagero, ignorância, mesquinhes e aproveitamento político por parte da população, assim como nesta manifestação, mas, efectivamente as coisas não estão bem.
E não consigo sequer arquitectar mentalmente como é que elas se compõem.


A classe política está desacreditada. E as pessoas capazes, instruídas, bem formadas e bem intencionadas são as primeiras a afastar-se da política, a não querer ter nada a ver com isso. Porque a maioria dessas pessoas está bem e sobram (quase só) os medíocres a governar o país.

Eu não sei. Não sou parva, talvez inerte a acomodada no meu bem estar.
Em que posso(podemos) ser útil (úteis)?

"à rasca I"...



Considero-me pouco atenta à situação política e sócio-económica do país. Sou como a maioria dos comuns ignorantes, aliás... vou vendo uns telejornais, leio fundamentalmente as gordas dos diários, ouço rádio e escuto muito os "mais entendidos e informados" que me rodeiam.
Quanto a mim, não é suficiente. Porque, ainda assim, é-me difícil formular linhas de raciocínio minhas. Deveria(mos) ler mais, ouvir mais, investir mais, procurar estar mais ciente dos assuntos que ocupam e preocupam o país (e o mundo).



Os
Deolinda compusera uma canção quase sublime. Os Homens da Luta apanharam-lhe bem o rasto. Vi uma entrevista do protagonista do "grupo revolucionário", surpreendente (em tom positivo). Sabia muito pouco acerca deles até há dias. Ouvi-os na rádio, vi umas coisas em que apareciam; ao bom jeito tuga, cheguei a desdenhar do estilo preconizado. Também eu franzi a sobrancelha quando ouvi que tinham ganho a participação no Festival da Canção. Um franzir de surpresa desagradável. Até que li e pesquisei sobre o assunto.


sexta-feira, março 11, 2011

aparências não iludem (?)...




Disse-me pela enésima vez: "Tu não eras assim tão fria".
Eu não sou fria. A minha compulsão até é "do coração". Há de facto um "qualquer adjectivo" que me faz parecer fria. Em circunstância bem definidas.
Confunde-se com o procurar ser objectiva e pragmática. Às vezes peco por excesso.
Porque a vida nunca foi demasiado amarga para mim e não sei na realidade o que ela pode vir a custar. Talvez.

Balbuciou, não pela enésima, mas num discurso recorrente, algo do género "és bem complicada, para te aturar é preciso alguém paciente". Sou intolerante. Verdade, mas com os próximos. Apenas.
Os nossos níveis de exigência são sempre maiores com os mais próximos. Porque gostamos mais dos que nos são queridos, queremos o melhor para eles e achamos que o que está na nossa mente é o certo e o tal melhor. Às vezes é difícil controlar os impulsos.

No que concerne a "assuntos de trabalho" sou objectiva (daí a aparência fria) mas atenciosa. Preocupo-me, sou atenta com os doentes, dedico-me, mas, de facto, não os "trago comigo para casa". E não os quero imortais. Como não quero "os meus" imortais.
Nunca perdi ninguém deveras próximo/importante. Não sei o que custa. Visão "virgem"? Talvez.

Em casa fico desconfortável quando me abordam sobre o trabalho, porque a minha pequenez é também a minha insegurança e não tenho as respostas que normalmente querem ouvir nem vendo saúde ou milagres.
Procuro fazer o que está ao meu alcance. Que é (ainda tão) pouco.

Mas, independentemente de tudo, o maior erro é medir frequentemente os outros pela minha própria medida. Em casa ou no trabalho.
Porque nem todos sentem, reagem, pensam, agem como eu. Passo (e passarei) a vida inteira a treinar isto. A treinar ser boa cirurgiã, boa pessoa. Nem demasiado 'egocentrada', nem demasiado acomodada.



quinta-feira, março 10, 2011

breathe in, breathe out...

quarta-feira, março 09, 2011

quaresma...


Reconverter.
Deixar Deus entrar.
Ressuscitar.

O sacrifício para ser mais. Como a cruz.

Não aos heróis.

Sim aos actos heróicos silenciosos.


Longe da santidade.

(Re)descobri que África me deixa(va) mais próxima do essencial, do jejum, do desprendimento, de mim, do outro, de Deus. Mais santa e predisposta à salvação. Daí também a "saudade"? A falta que me faz...

E cá? No difícil (...?) ?

Faziam bem uns EE. Só porque sim.

sexo dos anjos...


As mulheres esquecem-se frequentemente que os homens não têm bola de cristal. E não têm que ter. Quando se apercebem disso ficam deveras aborrecidas. E em vez de reconhecerem que poderiam ter falado/pedido/perguntado, descarregam neles a frustração de quem não se sente compreendida.

Os homens, por mais que as situações se repitam e alguém lhes explique, não aprendem a usar os 5 sentidos de uma maneira apurada. Já que lhes falta o 6º... e esquecem-se que precisam estar atentos e fingir que têm uma bola de cristal. E surpreender. E levam com a frustração em cima. Nalguns bem feito. Noutros nem por isso.

É por isso que isto é giro. Porque não há bolas de cristal!

terça-feira, março 08, 2011

lobo frontal...