sábado, agosto 28, 2010

curtas...



"Happiness: love, laugher, friendship, purpose.. and a dance."



terça-feira, agosto 24, 2010

"bicho à solta"...


Não me lembro ao certo como é que a conversa começou...talvez por estar a espreitar as fotos, tinha acabado de ler o mail, talvez porque falo de vocês com frequência e facilidade.

Ela (minha superior hierárquica do momento) perguntou que faziam vocês na Guiné, no mesmo tom de sempre, de desdém, porque não teriam conseguido arranjar empego cá. Eu disse que ambos se tinham demitido para partir. Tal como o teu chefe, incrédula, ela não conseguiu argumentar, tentou, tenta sempre, no seu jeito tonto e derrotista, mas desistiu. Não lhe consegui dizer, tal como tinha dito semanas antes a um enfermeiro, que estavam simplesmente a ser felizes, ela não ia compreender.

Ela não comprendeu. Quase ninguém compreende. Acho que porque não vivenciam, porque é uma reallidade demasidado distante, televisiva. Só pode ser isso!
É-nos incutido que trabalhar é bom, ganhar dinheiro é bom, constituir família é bom, arriscar qb é bom, a segurança é boa. Ninguém nos incute que há outros modos de vida que são igualmente bons, e que podem inclusivé ser melhores para alguns 'comuns mortais'. E só vivendo se pode compreender. É, por isso, quase inútil tentar explicar.


À tarde uma amiga comum dizia-me que "a vida dela era uma espécie de dilema, entre as 'fotos' e um bebé". Há decisões que precisam ser tomadas e para as quais o relógio biológico não espera.
Tenho a sensação que a vida aos 20 anos é veloz, o tempo não espera. E a distância física e temporal arrasta consigo os sonhos da 'era dourada'. Ou talvez haja uma espécie de tendência aleatória, ou não.


Eu invejo...
compreendo...
e mantenho-me audaz...



esquissos...


"I like to cry when I see some scenes, yes I do!
I like to do it when I'm alone, yes I do.
Pretending that I don't feel, but I do.
Just to hide my emotions, just don't know why, maybe I do..."




quarta-feira, agosto 11, 2010

dicas...




O filme é bom.
O actor, tenho para mim há muito tempo, é muito bom, dos melhores da geração dele (vai dar que falar).
A inquietação com que se sai da sala de cinema é boa.
As metáforas com a realidade são construídas por cada um, talvez na sua realidade.
Mas as ideias e os sonhos existem, a telepatia, estou convencida que também. A ficção é a ponta da realidade. Basta parar para pensar ...


Inception...


Gosto deste bafo. Não é um bafo africano, do que se inspira à saída do avião e que penetra os alvéolos sem pedir permissão e que chega a ser estonteante. Acho que é o bafo, que ,desde o primeiro instante, nos cativa...
Tenho saudades de partir, rumo ao sol, às terras vermelhas, que prendem o olhar sem nenhuma razão especial, comunicam com o coração sem que o filtro do racional tenha tempo de actuar. É talvez o calor estonteante, diferente deste, é húmido, por isso escorrega entre os poros. Arrisco-me a dizer que toca a alma.

Não sei ao certo se volto a esta praia, se volto ao paraíso, nem tão pouco estou certa de querer voltar. À terra do bafo sim. Quero. Mas a bola de cristal hibernou nas quatro estações e não sei quando volta a funcionar.


Gostava de saber velejar, não é um bicho, não daqueles tipo larva que se procria (no calor húmido) e se infiltra, e não há como arrancá-la do corpo, a não ser com uma cirurgia de grande porte, arriscada. Não vale o esforço, afinal é uma infecção à qual sobrevivo sem antibióticos, talvez com audácia, sorte, coragem e determinação. Mas velejar é bom, ao sabor do vento, em mar alto, numa ondulação qb, porque o equilíbrio na vida é fundamental.

Gostava de ter certezas do que quero para o que aí vem. Ou melhor, não gostava, talvez convicções. Mas as convicções, por seu lado, podem trazer extractivas acopladas e a gestão de expectativas não é uma coisa fácil. E o que aí vem?

Em tempos de tempestade não se tomam decisões. Algo assim. Em tempo de bonança, extrema calmia, não serão as decisões também arriscadas?

Sinto falta de uma certa adrenalina, chamam-lhe stress... eu digo que é da vida preenchida, cheia de planos, sonhos e tarefas/objectivos. Mas não quero acelerar o tempo, que o 'dolce fare niente' é também uma aprendizagem de vida, até porque lá o 'dolce fare niente' tem alturas em que domina, por força das circunstâncias ou até do "bicho humano".

Devia ler muito, organizar coisas... devia, devia. Mas não me apetece. Talvez mergulhar... talvez apanhar o avião. Será que todos ansiamos o dia em que, movidos por um sentimento estranho, deixamos o carro estacionado e compramos um bilhete de avião só de ida, para sítio incerto?


Hoje não é o dia,
ainda...


PS: Porque implantei a mim mesma uma ideia. Eu?