domingo, fevereiro 28, 2010

menina e moça...

Moro em Lisboa

"Que outra cidade, levantada sobre o mar
A beira-rio acabou por se elevar
Entre dois braços de água
Um de sal outro de nada
Agua doce água salgada
Aguas que abraçam Lisboa
É em Lisboa que o Tejo Chega ao mar
É em Lisboa que o mar azul recebe o rio
É essa brisa que no faz
Promessas de viagem
Brisa fresca que reclama
Nas nossas almas ausentes
Saudade, cidade
Do sal do mar
Moro em Lisboa
E entrei, pequei
Saudade, cidade
Do sal do mar
Moro em Lisboa
E entrei, peguei
Moro em Lisboa
Entrei, pequei..."

Madredeus


terça-feira, fevereiro 23, 2010

without "Hi"...



Há sempre um sinal no horizonte...


quinta-feira, fevereiro 11, 2010

"Gritos contra a indiferença"...


Na era do "Tio Patinhas"...

A sociedade de hoje não age em função da comunidade e do bem-estar do outro, mas sim de acordo com as preocupações individuais (e egoístas...) de cada um.
Agimos em prol do desenvolvimento económico; o dinheiro é o fim último em vez de meio para atingir (bons) fins; no tempo em que "o princípio da gratuidade e a lógica do dom deveriam estar por princípio na economia", esta está completamente desfocada do seu objectivo primário: servir o homem numa melhor gestão de recursos e pessoas e, contribuir assim, para a sua felicidade.

Houve um tempo em que eu me insurgia contra a a indiferença. Tinha a audácia dos destemidos que acham que podem mudar o mundo!
Não sei se por cansaço ou covardia, fui desistindo de interpelar o comodismo. Fui desistindo de me fazer ouvir.
Mas anseio o tempo em que me "revolte" em 'gestos e obras', em que me torne participativa de uma economia solidária.

na ilha deserta...

Fui a uma conferência que tinha por oradora uma professora universitária, economista, anterior presidente da Comissão Nacional 'Justiça e Paz'. O tema era "Desenvolvimento social e vocação cristã na construção do mundo". Gostei de a ouvir, entre pragmatismo, citações de Encíclicas, experiência de vida, conhecimentos económicos.

Com os meus botões, dei por mim a pensar algo que já não me ocorre pela primeira vez... é uma "pena" que só vá a um certo tipo de conferências, seminários (..etc), quem partilha, à partida, de ideias e convicções semelhantes às colocadas em questão.

Quando era criança inquietavam-me os comícios políticos: "Pai, se as pessoas que vêm aqui apoiar este candidato já vão votar nele à partida, qual é a lógic
a dos comícios? Não deveriam ser para as pessoas dos outros partidos virem ouvir as ideias que ainda não conhecem?"

...


Recebemos dos pais (essencialmente) as directrizes para a vida, os ideais, as "regras" e a conduta da construção do nosso futuro. É-nos ensinado a arriscar, sempre entre linhas orientadoras específicas e objectivas. qb.

Talvez devêssemos ser, a certa altura, obrigados a experimentar o desconhecido, a viver o oposto daquilo a que nos levaram a acreditar, a contrariar o inato ou cedo adquirido. Fazemo-lo na rebeldia da adolescência sem dar por isso, tentamos o fruto proibido. Mas não o fazemos enquanto opção legítima.


Ninguém nos ensina a ser corajosos. E invejamos a coragem de outros, de cada vez que alguém é capaz de arriscar os nossos próprios sonhos.

Se amanhã eu pegasse numa mochila e partisse sem data de regresso ou até talvez por um tempo definido, ainda que longo...
Uns achar-me-iam louca e inconsequente. Foi esta a educação que tive? Não deveria eu agora ter um bom trabalho, casar-me, ter filhos educá-los em bons colégios e instruí-los a seguirem um círculo deveras melhorado do que foi a minha vida?
Afinal de contas é este o plano!
Outros invejar-me-iam, pela ousadia e coragem de partir e contrariar o pré-estabelecido, o que pré-estabeleceram para mim.


Nós, ocidentais, temos um 'código genético programado à nascença'. A liberdade de escolha é condicionada (inconscientemente) pela educação e valores que nos são incutidos. E, ainda que nos passe pela cabeça (quase todos os dias) 'arriscar para lá do combinado', não ser o que os outros (e, no fundo, nós mesmos!!) esperam que sejamos, largar a rotina e seguir somente o instinto, o nosso racional, aliado ao comodismo e ao medo, falam (quase) sempre mais alto e "restringimo-nos" a sonhar, o que, só por si, é já um direito, uma conquista e um dom que não é de todos.

E, na tristeza de não sermos corajosos, devemos estar gratos por isso mesmo: sonhamos e vamos acordando em sonhos...


quarta-feira, fevereiro 10, 2010

dicas...


Invictus

Out of the night that covers me,
Black as the pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.

In the fell clutch of circumstance

I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.

Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds and shall find me unafraid.


It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scro
ll,
I am the master of my fate:

I am the captain of my soul.


William Ernest Henley
. 1849–1903



segunda-feira, fevereiro 01, 2010

fuso horário...



Tenho andado com uma sensação ou sentimento (não sei bem, ou talvez os dois mesmo) de incapacidade de comunicação e presença.

Trocando por miúdos... gosto (assim) de muita gente. É um facto. Assim, qual bênção, de me ter cruzado com pessoas boas, cheias de qualidades e muitas virtudes.
Se há prazer que tenho na vida (talvez dos maiores) é estar e partilhar, o "piroso dar e receber"! E, de há uns tempos para cá, agudizada a situação com uma espécie de clausura social recente, descobertas mundiais e mudanças, não tenho conseguido levar a bom porto uma das minhas características mais apreciáveis por mim mesma. Estar presente.

Seja mensagem, telefonema, mail, um alô ou linhas várias... ando quase a não conseguir resistir a fazer uma lista (mais uma) das pessoas de quem tenho saudades ou de quem quero saber, até só saber se estão bem, para eu ficar 1cm quadrado mais contente. Estou farta de mails colectivos e não individualizados... ora coisa chata! Mas acho um contra-senso ter que pôr numa qualquer lista vertical as pessoas a quem quero dedicar meia dúzia de linhas (com qualidade) que sejam! Não devia ser simples e natural?!
E isto aborrece-me deveras, porque tenho tempo de sobra (comparando com outras alturas da vida), mas não tenho tido é tempo livre, se é me me faço entender, livre cá dentro.
Disponibilidade mental.

Já diz a sabedoria popular: quanto mais se tem para fazer mais se faz. Acho que posso aplicar aqui também... e sim, confesso, há momentos em que sinto falta de achar que não tenho tempo. Porque, no fundo, há sempre tempo.
..